Relatório das Nações Unidas denuncia a existência de um «mercado lucrativo e macabro» em torno dos órgãos ou corpos das pessoas com albinismo. Os compradores usam-nos para rituais de feitiçaria, poções ou amuletos
Relatório das Nações Unidas denuncia a existência de um «mercado lucrativo e macabro» em torno dos órgãos ou corpos das pessoas com albinismo. Os compradores usam-nos para rituais de feitiçaria, poções ou amuletos a especialista em Direitos Humanos das Nações Unidas, Ikponwosa Ero, divulgou esta semana uma investigação realizada em Moçambique que alerta para o surgimento de um mercado lucrativo e macabro das partes do corpo de pessoas com albinismo vendidas para o uso em rituais de feitiçaria, poções ou amuletos. Os preços cobrados oscilam entre os 1. 800 euros por um membro e 67 mil euros pelo conjunto completo, ou seja, o cadáver. No estudo são relatados casos de vítimas caçadas para rituais de feitiçaria, de partes dos corpos mutiladas com facões e até de túmulos profanados. E grande parte dos alvos são crianças, por haver o mito de que quanto mais inocente for a vítima mais potentes serão as partes do seu corpo para as preparações. Para combater este tipo de crime, gerador de estigmas e discriminações, Ikponwosa Erro defende maior celeridade na investigação das queixas, mais ações de prevenção, medidas especiais de reintegração para os deslocados com albinismo e o reforço das soluções a nível legal, médico, social e psicológico.