Prelados lamentam que 2,8 milhões de pessoas continuem a sofrer com a falta de alimentos e criticam o desinvestimento nos serviços públicos, o que faz aumentar o fosso entre ricos e pobres
Prelados lamentam que 2,8 milhões de pessoas continuem a sofrer com a falta de alimentos e criticam o desinvestimento nos serviços públicos, o que faz aumentar o fosso entre ricos e pobresComo pastores, não podemos permanecer inertes olhando a diminuição dos padrões ou da falta de serviços públicos, o crescimento da distância entre ricos e pobres, a falta de disciplina fiscal e as prioridades mal respondidas nestes tempos difíceis que pedem medidas severas, afirmam os bispos do Malawi, numa nota pastoral emitida esta semana, a que deram o título de a misericórdia de Deus como caminho de esperança. No documento, citado pela agência Fides, os prelados reconhecem os avanços positivos na vida social do país, mas realçam o muito que há ainda a fazer nos campos económico e social, com especial destaque para o setor da saúde. as tristes e desumanas condições dos hospitais públicos são inaceitáveis, afirmam, dando como exemplo o facto de não haver um hospital público com equipamento para mamografias, o que obriga as mulheres a recorrerem a estruturas privadas para fazerem o exame. ao nível da insegurança alimentar, os bispos alertam para a existência de cerca de 2,8 milhões de pessoas que correm risco de vida por não terem o que comer: as pessoas passam a maior parte de seu tempo nas filas para comprar milho nos mercados diferenciados, um fato que os torna menos produtivos nos campos ou nos seus locais de trabalho. Este pode ser o prelúdio de uma nova crise alimentar nos próximos meses. Conscientes que a pobreza é um fator que pode contribuir para o aumento da criminalidade e do clima de insegurança, os prelados deixam um apelo à unidade do país e salientam que os atuais problemas podem ser enfrentados com políticas que garantam que cada setor da sociedade seja incluído.