Homens armados atearam fogo a várias casas numa aldeia Guarani, no Mato Grosso do Sul, no Brasil. as forças de segurança estão presentes na região mas nada fizeram para impedir o ataque, segundo a organização Survival Internacional
Homens armados atearam fogo a várias casas numa aldeia Guarani, no Mato Grosso do Sul, no Brasil. as forças de segurança estão presentes na região mas nada fizeram para impedir o ataque, segundo a organização Survival Internacional a comunidade indígena Guarani, que luta pela posse das terras ancestrais no estado do Mato Grosso do Sul, no Brasil, tem sido alvo de constantes ataques por parte de pistoleiros, que se presume serem contratados por fazendeiros locais. Na última investida, denunciada esta semana pela Survival Internacional, a plataforma de apoio aos povos indígenas, os agressores dispararam tiros contra a aldeia e incendiaram várias casas. Esse ataque em particular não é isolado. É mais uma brutalidade num ciclo de violência contra os Guarani. a violência é sistémica, e agravada pelo fato de as forças de segurança, deliberadamente, permitirem que os ataques aconteçam. Esta cultura de impunidade está a tirar vidas e a destruir os Guarani. O Brasil precisa devolver a terra para os Guarani. Essa é a única solução, afirmou o diretor da organização, Stephen Corry. Segundo o responsável, os fazendeiros estarão a agir como retaliação contra uma tentativa de reocupação da terra pelos indígenas. Embora os Guarani tenham direito às suas terras ancestrais segundo a legislação brasileira e internacional, o território foi ocupado para dar lugar a pastagens e plantações. Os fazendeiros enviam pistoleiros frequentemente para atacar os índios e matar os seus líderes, numa tentativa de mantê-los afastados do território. Stephen Corry lamenta ainda que, apesar de estarem presentes na região, as forças de segurança do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) não estejam a intervir para evitar a violência. O comportamento dos agentes, de resto, levou o Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta, a referir que aquela força atua como segurança privada de maneira ostensiva, pra intimidar as lideranças indígenas.