a expressão nunca fez muito sentido para Mathews Odhiambo, um dos missionários que abriu uma nova missão da Consolata, em Taiwan. agora, que já se cumpriu um ano após a chegada ao país asiático, o sacerdote reconhece que o ditado não nasceu ao acaso
a expressão nunca fez muito sentido para Mathews Odhiambo, um dos missionários que abriu uma nova missão da Consolata, em Taiwan. agora, que já se cumpriu um ano após a chegada ao país asiático, o sacerdote reconhece que o ditado não nasceu ao acaso Quando chegaram a Taiwan, em setembro de 2014, os três missionários da Consolata indigitados para abrir uma nova missão no país asiático, estavam conscientes das dificuldades que iam encontrar, sobretudo na aprendizagem da língua. Mas uma coisa é imaginar, outra é viver a realidade do dia a dia e ultrapassar as barreiras, não só linguísticas, mas também pastorais, culturais e até financeiras. É por tudo isto que Mathews Odhiambo se socorre da expressão Deus escreve direito por linhas tortas para ilustrar o quanto Deus tem sido bom para o ajudar na missão de evangelizar numa nação com 23 milhões de habitantes, mas apenas 300 mil cristãos.com a presença de grandes religiões bem implantadas, como o budismo e o taoísmo, entre outras, um cristão, ainda por cima católico, sente-se como uma gota de água no oceano. antes, por onde tinha passado depois do seminário, apesar dos altos e baixos da vida, havia sempre uma estrutura organizacional que garantia o bom funcionamento ao nível pastoral, espiritual, humano e financeiro. Ou seja, Deus estava a escrever direito por linhas retas, conta o missionário. Em Taiwan, tudo mudou. a estrutura teve que ser criada e o trabalho pastoral teve que começar praticamente do zero. Tivemos que nos adequar a um contexto novo e inexplorado e as linhas passaram a ficar bastante tortas. Mas garanto-vos que tenho visto Deus a continuar a escrever por linhas retas, mesmo nessas linhas tortas, adianta Mathews Odhiambo. a diocese onde os três missionários ficaram integrados tem 80 paróquias, que são servidas por 120 sacerdotes, 30 dos quais têm mais de 70 anos. E, apesar de cada paróquia ter apenas uma média de 50 cristãos, há trabalho pastoral a mais, para o número de padres. Perante este cenário, os sacerdotes não conseguiram ficar de braços cruzados – o acordo com a diocese previa que os primeiros dois anos fossem apenas de estudo da língua – e começaram já a lançar sementes pastorais juntos dos imigrantes espanhóis e filipinos e do grupo de voluntários de uma universidade. Não podíamos dar-nos ao luxo de ficarmos indiferentes à realidade da necessidade pastoral, conclui o missionário queniano.