a Organização das Nações Unidas realizou em Paris, de 30 de Novembro até ontem, uma conferência sobre o clima. Estiveram presentes representantes de 195 países que aprovaram um texto para combater o aquecimento global a redução de emissões de gases de efeito estufa, de modo a evitar fenómenos extremos, como ondas de calor, seca, cheias, ou subida do nível do mar, é uma das metas mais importantes, e necessárias, para proteger a humanidade de uma catástrofe inimaginável. O acordo universal (histórico) contra as alterações climáticas aprovado ontem, 12 de dezembro, em Paris, abrange várias medidas vinculativas, a longo prazo, para limitar o aumento da temperatura a 2 graus Celsius no fim do século. No entanto, os países estabelecem em 1,5 grau, em relação aos níveis pré industriais, o aumento de temperatura que não convém ultrapassar para que os impactos do aquecimento não sejam catastróficos, de acordo com o texto divulgado pelas Nações Unidas (ONU) e aprovado no plenário da conferência do clima (COP21).

O acordo de Paris contém 11 páginas e uma decisão com mais 20. Está previsto que o documento entre em vigor em 2020, com as 186 contribuições nacionais contra as mudanças do clima já apresentadas. Os países propõem que as emissões atinjam o limite tão rápido quanto possível, reconhecendo que essa tarefa levará mais tempo para as nações em desenvolvimento. as reduções devem ser rápidas, a partir deste momento, para encontrar um equilíbrio entre as emissões provocadas pela ação do homem e o que pode ser absorvido pela atmosfera, na segunda metade do século.

a cada cinco anos, os países devem rever a sua participação por meio de um mecanismo de reporte e de prestação de contas transparente, com o propósito de ir renovando os compromissos nacionais para conseguir chegar ao objetivo de que a temperatura não aumente mais de 2 graus. O texto também reconhece a importância de financiamento da adaptação, um mecanismo de perdas e danos para as alterações climáticas e a ação climática antes de 2020, com base nas necessidades de cada país.
a nível financeiro, o acordo prevê uma verba de 100 milhões de dólares (90,9 milhões de euros) por ano para os países em desenvolvimento, a partir de 2020, destinados a políticas climáticas, com o compromisso de financiamentos adicionais no futuro.

Longe vai o tempo em que apenas as organizações de defesa do ambiente lutavam e chamavam a atenção do mundo para a defesa do planeta. Hoje há uma consciência muito alargada dos malefícios que representa o mau uso, sobretudo pela poluição, do meio ambiente. Basta olhar para as catástrofes, que sucedem cada vez com mais frequência, em vastas zonas do globo.
O trabalho está longe de terminar, advertiu, citado pela agência EFE, o diretor executivo do Greenpeace (uma ONG), Kumi Naidoo, comentando o documento apresentado pelo presidente da COP21, o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius. O diretor da Greenpeace afirmou ainda que a luta continua a partir de amanhã, porque há que pressionar os governos não só para cumprir os compromissos assumidos, como para elevar o nível de ambição. Lembrou que o documento aprovado, particularmente a fixação de um objetivo para limitar o aquecimento global a 1,5 graus até 2100, é ferramenta de transição para uma economia com menos carbono e o abandono das energias fósseis.

Já a Caritas Europa assume que a mudança climática é um ataque sem precedentes contra os direitos humanos. Em comunicado, a entidade explicou que os principais afetados são aqueles que não podem mais viver em suas casas por causa das alterações climáticas, como o aumento do nível do mar, as secas severas, os fenómenos atmosféricos, entre outros. Para a organização eclesial, as alterações climáticas e os direitos humanos são duas questões intimamente relacionadas.
Olivier De Schutter, vice-presidente do Grupo Internacional de especialistas sobre os sistemas alimentares sustentáveis afirmou que as secas e inundações ameaçam as áreas vulneráveis “‹”‹em todas as regiões do mundo, e as imprevisíveis precipitações tornam mais difícil a vida dos mais pobres e vulneráveis. a mudança climática ameaça o direito à alimentação e o direito à habitação, disse o professor.

Como era de esperar e perante este acordo histórico concluído em Paris, que abre as portas para um mundo mais humano, as diversas personalidades presentes na assinatura enalteceram o feito. assim o secretário-geradas Nações Unidas, o presidente francês, o presidente do FMI, o secretário de estado americano e outros manifestaram o seu regozijo pelo trabalho realizado. agora é preciso dar corpo ao texto e passar aos atos, coisa que não será fácil. Cremos que é desafiante para governantes e instituições, mas os beneficiários seremos todos nós.