Os pequenos agricultores são os primeiros a sofrer as consequências das alterações climáticas, que interferem com as suas atividades produtivas. Os calendários de plantio de pouco ou nada servem
Os pequenos agricultores são os primeiros a sofrer as consequências das alterações climáticas, que interferem com as suas atividades produtivas. Os calendários de plantio de pouco ou nada servemas secas, inundações e a imprevisibilidade do tempo estão a causar sérios problemas aos pequenos agricultores de todo o mundo, que dizem ser os primeiros a sofrer as consequências das alterações climáticas e a ter que reformular os métodos de produção para fazer face às mudanças. O alerta foi deixado esta quinta-feira, 10 de dezembro, num encontro em Paris, França, realizado à margem da Conferência das Nações Unidas sobre alterações Climáticas (COP21). Na Indonésia, normalmente, a estação chuvosa vai de outubro a abril e a estação seca de março a setembro. Mas hoje tornou-se imprevisível. Os agricultores têm um cronograma de plantio, mas está desatualizado. Temos que nos adaptar às alterações climáticas e melhorar as nossas sementes, bem como os nossos métodos de produção, revelou Zainal arifin Fuad, secretário da organização da luta camponesa Serikat Petani Indonésia. a mesma imponderabilidade atinge os agricultores turcos. Nos últimos anos, temos sido confrontados com chuvas imprevisíveis e fora de tempo, o que causou doenças e fomos forçados a usar pesticidas, afirmou, por sua vez, o representante da Confederação dos sindicatos de camponeses da Turquia, adnan Cóbano, recordando, que o ano passado nevou em abril e os produtores de uva foram obrigados a arrancar as vinhas que tinham congelado. Já noutras partes do mundo, da África até à américa Central, é a seca a gerar dores de cabeça aos lavradores. Na Nicarágua, por exemplo, a seca em 2014 foi de tal forma grave que os agricultores tiveram que vender o seu gado, porque já não o podiam alimentar e os pescadores não encontraram peixe porque o oceano tornou-se demasiado quente, testemunhou Edgardo Garcia aguilar, da associação de Trabalhadores agrícolas nicaraguense. as consequências das alterações climáticas na África do Sul são particularmente sentidas pelos mais pobres. Temos ondas de calor extremo. O gado morre e as pessoas já não vão para os campos, porque não chove. E se chove, são as tempestades acompanhadas de fortes ventos que destroem as casas, lamentou o sul-africano Themba Chauke, da associação Landless People Movement.