Suspeitos tinham 200 troncos de madeira abatida ilegalmente, que dava para encher 40 camiões. O processo de demarcação como terra indígena da área onde se encontravam está parado há dois anos
Suspeitos tinham 200 troncos de madeira abatida ilegalmente, que dava para encher 40 camiões. O processo de demarcação como terra indígena da área onde se encontravam está parado há dois anos Um grupo de madeireiros foi surpreendido pelas autoridades brasileiras, junto ao território de uma tribo indígena isolada, na bacia do amazonas. Tinham na sua posse 200 troncos de árvores abatidas ilegalmente, que davam para encher 40 camiões, anunciou esta semana a Survival Internacional, uma organização de defesa dos povos indígenas. Os suspeitos encontravam-se na Reserva Guariba, uma zona tampão para o território da tribo Kawahiva, que está ameaçada de extinção, por causa das atividades ilegais dos madeireiros nas suas terras. Os Kawahiva têm-se mantido sem contacto com o exterior, por vontade própria. Os lugares onde os índios isolados vivem, pescam, caçam e plantam devem ser protegidos. O mundo inteiro precisa saber que eles estão em sua floresta e que as autoridades devem respeitar seu direito de viver ali, afirmou o líder Yanomami Davi Kopenawa, conhecido como o Dalai Lama da floresta, reagindo à detenção dos madeireiros e ao facto do decreto para autorizar a demarcação da terra dos Kawahiva estar na mesa do ministro da Justiça brasileiro, desde 2013. Para Stephen Corry, diretor da Survival, os Kawahiva enfrentam a catástrofe, a não ser que suas terras sejam protegidas. Se a floresta desaparecer, o mesmo acontecerá com os Kawahiva. O Brasil precisa fazer muito mais para evitar a extinção de mais um tribo inocente.