O alargamento dos programas de proteção social às áreas rurais podia reduzir rapidamente o número de pessoas pobres, segundo o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a alimentação e agricultura
O alargamento dos programas de proteção social às áreas rurais podia reduzir rapidamente o número de pessoas pobres, segundo o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a alimentação e agriculturaUm estudo publicado pela Organização das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura (FaO), a propósito do Dia Mundial da alimentação, que se comemora esta sexta-feira, 16 de outubro, revela que a proteção social está a emergir como uma ferramenta fundamental no esforço para erradicar a fome, mas não abrange ainda a maioria da população rural pobre. É urgente agirmos para apoiar as pessoas mais vulneráveis de modo a libertarmos o mundo da fome, alertou o diretor-geral da organização, José Graziano da Silva. De acordo acordo com os autores do estudo, foi possível constatar que nos países pobres, os programas de proteção social, tais como as transferências monetárias, a alimentação escolar e as obras públicas, são uma forma económica de proporcionar às pessoas vulneráveis oportunidades de saírem da pobreza extrema e da fome e de melhorarem a saúde, educação e as perspetivas futuras das suas crianças. Neste sentido, e tendo em conta que os atuais programas de proteção social beneficiam cerca de 2,1 mil milhões de pessoas nos países em desenvolvimento e mantêm 150 milhões cidadãos fora da pobreza extrema, é convicção da FaO que o alargamento destes programa às áreas rurais, ligando-os a políticas de crescimento agrícola inclusivo poderia reduzir rapidamente o número de pessoas pobres em todo o mundo. Os programas de proteção social permitem que as famílias tenham acesso a mais alimentos, muitas vezes por aumentarem a sua produção, tornando as suas dietas mais diversificadas e saudáveis. Estes programas podem ter impacto positivo na malnutrição infantil, reduzir o trabalho infantil e aumentar a frequência escolar, os quais aumentam a produtividade, salientou Graziano da Silva. atualmente, apenas um terço das pessoas pobres do mundo beneficiam de alguma forma de proteção social. as taxas de cobertura são ainda mais baixas no sul da Ásia e África subsariana, regiões com a maior incidência de pobreza extrema, o que faz com que, sem assistência, muitas das pessoas pobres e vulneráveis nunca terão oportunidade de sair da armadilha da pobreza, onde a fome, a doença e a falta de educação perpetuarão a pobreza para gerações futuras.