Os países lusófonos têm falta de verbas para garantir a sustentabilidade ambiental, revela o secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica
Os países lusófonos têm falta de verbas para garantir a sustentabilidade ambiental, revela o secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade BiológicaOs países de língua portuguesa tiveram um progresso desigual em relação ao sétimo Objetivo de Desenvolvimento do Milénio, que prevê garantir a sustentabilidade ambiental. Em declarações à Rádio ONU, Bráulio Dias, secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica, disse que as várias situações políticas e sociais influenciaram o desempenho de cada país lusófono nos últimos anos.
a crise de 2008 em Portugal prejudicou o desempenho do país na área ambiental, considerou o especialista. Portugal sofreu bastante com a crise económica e ainda sofre essas consequências. O grande desafio de Portugal é superar essa crise financeira e poder voltar a ampliar os seus investimentos nas questões ligadas à biodiversidade. O país tem um Instituto de Conservação da Biodiversidade muito bem estruturado, e programas muito importantes na área de biodiversidade marinha, realçou.
Por sua vez, países como Guiné-Bissau, pouco avançaram devido a dificuldades económicas e políticas. Outros, como Timor-Leste, praticamente estão a começar quase do zero, nestes últimos anos. angola e Moçambique têm uma biodiversidade imensa, mas foi muito afetada durante todo o período de guerra civil e estão também a fazer um grande esforço de recuperação, referiu.
No entanto, Bráulio Dias destacou um caso positivo. O Brasil apresentou resultados bastante significativos nesta última década. Cabe destacar também o grande avanço em áreas protegidas. O país duplicou a extensão da sua rede dessas áreas. Foi o país que mais reduziu as taxas de desflorestação em todo o mundo nesta última década. Houve uma redução de mais de 80 por cento das taxas de perda de biodiversidade do Brasil desde 2005 até agora, destacou o especialista.