Dia memorável na paróquia de Mango, situada no sopé do Kilimanjaro, a 11 de julho. Quatro jovens neo-sacerdotes sobem juntos ao altar para celebrar a primeira missa na sua terra natal
Dia memorável na paróquia de Mango, situada no sopé do Kilimanjaro, a 11 de julho. Quatro jovens neo-sacerdotes sobem juntos ao altar para celebrar a primeira missa na sua terra natal De manhã cedo, à volta da igreja paroquial de Mango, da diocese deMoshi, no norte da Tanzânia, era um vai-e-vem contínuo de carros. Pouco a pouco, o amplo terreiro e locais adjacentes encheram-se de fiéis que iam sendo descarregados das viaturas. À medida que as pessoas vão chegando, o ambiente torna-se cada vez mais colorido e festivo. Quatro jovens da terra, ordenados sacerdotes a 9 dejulhona catedral deMoshi, dois da congregação doPreciosíssimo Sangue, um capuchinho e um missionário daConsolata, vão celebrar a sua primeira missa para os seus conterrâneos. além dos familiares e confrades,TeshaMoshi, bem conhecido em Águas Santas, Maia, onde fez o seu estágio de preparação para o sacerdócio, tem à sua volta amigos de Portugal e de Itália, onde estudou. Uma enorme multidão enche o templo extenso e amplo. O cortejo entra pela porta principal conduzido pela banda local fardada a rigor, seguida pelos acólitos, por dois grupos corais, pelos seminaristas da terra e por meia centena de sacerdotes. Fecham o cortejo os quatroneo-sacerdotesacompanhados pelo pároco que os enviara para o seminário e pelo pároco atual. Era um mar de cor, ondulando ao ritmo dos cânticos entretanto acompanhados pelo órgão. Sucedem-se as aclamações tipicamente africanas iniciadas e conduzidas pelas mulheres. Ornado com longos panos, em branco e amarelo, o presbitério está repleto de cadeiras onde tomam lugar os sacerdotes, uns da terra, outros das paróquias vizinhas, superiores, formadores e amigos dosneo-sacerdotes. Estes saúdam os fiéis. Inicia a Eucaristia em que osneo-sacerdotes, ora um ora outro, se sucedem na condução dos ritos, emprestando à celebração tonalidades diferentes.como é de tradição, um sacerdote faz a homilia. O antigo pároco começa por convidar a dar graças a Deus pelo dom dos novos sacerdotes e continua recordando a história de cada um. ao longo do discurso, têm lugar sucessivas aclamações que ecoam pelo templo. após quatro horas de celebração, segue-se o almoço que tem início por volta das 16h00, para familiares, amigos, ao todo mais de mil convidados. Tudo em perfeita harmonia e organização. O ritual é longo, comportando saudações, danças e oferta de presentes. Sobressai a cerimónia do partir do bolo logo no início. Quatro homens transportam uma mesa sobre a qual se encontra uma cabra assada, da qual são extraídos pedaços de carne. Uma vez trinchados em pedacinhos, são servidos na boca pelos neo-sacerdotes a um certo número de convidados mais chegados e ligados a eles. Tudo ao som de aplausos e danças. O longo almoço termina já depois do pôr-do-sol, não sem antes os neo-sacerdotes apresentarem os seus convidados e amigos. Um dia intenso que ficará gravado na memória de todos. Um dia que retrata o modelo de Igreja na Tanzânia, de um modo especial na zona norte, onde a grande maioria da população é profundamente cristã.