O pagamento de impostos já na antiguidade era uma realidade. a Bíblia refere em Mateus 22:17-21 a resposta dada por Jesus aos fariseus que o interrogaram: «Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus»

O pagamento de impostos já na antiguidade era uma realidade. a Bíblia refere em Mateus 22:17-21 a resposta dada por Jesus aos fariseus que o interrogaram: «Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus»
Cristo não era contra os poderes instituídos, pelo contrário sugeria que fossem acatadas as leis dos governantes. Ora o Senhor sabendo que o pagamento de impostos aos Romanos era obrigatório não poderia desaconselhar o seu pagamento, mas sim incentivar ao cumprimento da lei. Interessante que, de acordo com o texto bíblico, Jesus chamou Mateus que era cobrador de impostos para ser seu seguidor. Os cobradores de impostos, chamados de publicanos para o Império Romano eram odiados pelo povo de então, dado que viam neles o representante do opressor. No início do século XX o tributo, ou impostos, foram considerados por muitos países como fonte de promoção da justiça social e da igualdade económica. Portanto os portugueses, cristãos ou não, devem pagar os seus impostos de boa vontade, mas isso não impede que discordem da forma como o governo português os aplica, sobretudo quando estes não são usados devidamente na promoção da justiça social e da igualdade económica. São muitas as personalidades dosetoreconómico, e político, que nos últimos tempos têm criticado a atuação do executivo nesta matéria da cobrança de impostos, acusando o mesmo de insensibilidade social. E isso tem uma razão de ser, é que graças à forma como os impostos são lançados e cobrados tal permite concluir que os pobres estão cada vez mais pobres e os ricos a engordarem ainda mais. Vem a propósito citar as declarações de Domingos azevedo, bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC)que não está satisfeito com a forma de agir do Estado, fazendo acusações ao governo pela forma como gere os impostos. O bastonário afirma: Este governo tem usado o sistema de dar com uma mão e tirar com a outra, dizendo acreditar que para o ano, na altura da entrega das declarações de IRS, vamos assistir a uma guerra civil. Por outro lado, Domingues de azevedo revela, em entrevista ao jornal i, que não é justo uma pessoa ver uma casa penhorada por dever 1. 800 euros ao Estado. Se o Estado não pagar 1. 800 euros está impávido, sereno e nada acontece, mas se devemos 1. 800 euros, ele (Estado) vai buscar a casa, explica. Neste sentido, defende uma máquina fiscal mais coerente, rigorosa e acima de tudo com um conceito de justiça. a guerra civil de que fala Domingos azevedo prende-se mais com a questão das faturas, dado que muitas das despesas que fazemos e poderíamos incluir nas deduções dos impostos para o ano não poderão ser feitas. Um dos exemplos são as despesas com saúde. a maior parte dos recibos resultantes dos P1, as credenciais que as pessoas usam para ir a consultas e fazer exames, não tem lugar para ter lá nem o NIF do doente nem o NIF da entidade emitente.como vão poder ser feitas as deduçõesrespetivasem 2016? É este, possivelmente o drama que é referido e que irá causar a tal guerra civil. ainda em referência às faturas, cujo número continua a aumentar, o bastonário considera que é uma vergonha o que se passou e continua a passar, revelando indignação em relação à oferta de um carro na Fatura da Sorte’. Preferia que o governo atribuísse um mérito a quem pede fatura. Porque não um crédito ou dinheiro? Em vez de pagar o carro porque não dar o dinheiro às pessoas? sugere o bastonário, que não percebe qual a razão de dar um carro a alguém que não sabe o que fazer com ele e muitas vezes apenas o quer vender. São palavras sensatas que merecem o nosso aplauso e não devem cair no esquecimento de quem de direito.