O conflito armado e a crise humanitária na Síria estão a provocar um aumento preocupante no número de crianças exploradas no mercado laboral, alertam a organização Save the Children e o Fundo da ONU para a Infância
O conflito armado e a crise humanitária na Síria estão a provocar um aumento preocupante no número de crianças exploradas no mercado laboral, alertam a organização Save the Children e o Fundo da ONU para a Infância Um relatório conjunto da Save the Children e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgado esta quinta-feira, 2 de julho, revela que está a aumentar o número de crianças exploradas no mercado laboral, quer na Síria, quer nos países vizinhos que acolhem mais que quatro milhões de refugiados sírios. Segundo o documento, as crianças sírias contribuem para o rendimento familiar em mais de três quartos dos agregados familiares pesquisados. após cinco anos de conflito, quatro em cada cinco pessoas na Síria vive na pobreza e há 7,6 milhões de deslocados internos. E os índices de desemprego passaram de 14,9 por cento em 2011 para 57,7 por cento em finais de 2014. Na Jordânia, cerca de metade das crianças sírias refugiadas são atualmente o sustento da família, individual ou conjuntamente com outros membros do agregado familiar, enquanto que no Líbano foram detetados casos de menores de seis anos a trabalhar. a crise na Síria reduziu dramaticamente as oportunidades de sustento das famílias e empobreceu milhões de lares na região, levando a que o trabalho infantil atinja níveis críticos. À medida que aumenta o desespero das famílias, as crianças trabalham basicamente para sobreviver e estão a converter-se nos principais atores económicos, tanto na Síria como nos países vizinhos, lamentou o diretor regional da Save the Children para o Médio Oriente, Roger Hearn. as crianças da Síria estão a pagar um preço demasiado alto pelo fracasso mundial para pôr fim ao conflito, adiantam os autores do relatório conjunto, reclamando aos governos e à comunidade internacional que proporcionem uma educação segura e de qualidade a todas as crianças afetadas pela crise, que deem prioridade à erradicação das piores formas de trabalho infantil e invistam no fortalecimento dos sistemas e serviços de proteção da infância nacionais e comunitários.