Os países mais afetados pela doença devem focar-se em travar novas infeções e em expandir o acesso ao tratamento antirretroviral, para evitar futuras repercussões da epidemia, alertam as Nações Unidas
Os países mais afetados pela doença devem focar-se em travar novas infeções e em expandir o acesso ao tratamento antirretroviral, para evitar futuras repercussões da epidemia, alertam as Nações Unidas Temos que aceitar a verdade nua e crua: se a taxa atual de novas infeções de HIV continuar, não será suficiente apenas sustentar os esforços já em curso para combater a doença para evitar que o flagelo da Sida aumente nos próximos cinco anos, em vários países, afirmou esta semana o diretor da Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical e vice-presidente da Comissão Lancet, na apresentação do novo relatório Derrotar a Sida – Promover a saúde global. Segundo Peter Piot, expandir o acesso sustentável a tratamento é essencial, mas não o suficiente para travar a doença. É preciso também que sejam reforçados os esforços de prevenção, principalmente entre populações com maiores riscos, e que se trabalhe para travar a discriminação social e legal que ainda existem. Isto porque, apesar dos progressos sem precedentes no acesso ao tratamento, a taxa de novas infeções não está a diminuir o suficiente. Temos de agir agora. Os próximos cinco anos oferecem uma janela de oportunidades frágil para acelerar a resposta e terminar com a epidemia da SID a até 2030, afirmou por sua vez Michel Sidibé, diretor-executivo da agência das Nações Unidas que coordena os esforços mundiais para combater a evolução do HIV (ONUSIDa), acrescentando, que se isso não for feito as consequências humanas e financeiras serão catastróficas. apesar de muitos países terem aumentado os fundos destinados ao combate ao HIV, o relatório demonstra que há uma necessidade urgente de solidariedade global e de mais investimento na linha da frente, sobretudo nas nações de rendimentos mais baixos. Para sustentar os esforços de tratamento e prevenção atuais de HIV seria necessário aplicar, entre 2014 e 2030, nos países africanos mais afetados, o equivalente a dois por cento da riqueza nacional e pelo menos um terço de todas as despesas públicas de saúde. Um sinal claro de que estes países necessitarão de ajuda externa para combater a Sida nos próximos anos, segundo os investigadores.