as Nações Unidas, através da agência para os Refugiados, anunciou que em 2014 houve um número recorde de 60 milhões de pessoas que, devido aos conflitos e à violência, foram obrigadas a fugir das suas casas
as Nações Unidas, através da agência para os Refugiados, anunciou que em 2014 houve um número recorde de 60 milhões de pessoas que, devido aos conflitos e à violência, foram obrigadas a fugir das suas casasantónio Guterres, alto-comissário para os Refugiados (aCNUR) da ONU, antes do lançamento do relatório anual, afirmou: Estamos a observar uma mudança de paradigma, um resvalo para uma era em que a escala de deslocamentos forçados, bem como as respostas necessárias, estão claramente a superar tudo o que vimos antes, O número de pessoas que tiveram de sair das suas casas atingiu os 59,5 milhões no final de 2014, como consequência de perseguição, conflito, violência generalizada ou violações de direitos humanos, indica o relatório de Tendências Globais intitulado Mundo em Guerra. as coisas estão fora de controlo simplesmente porque o mundo parece estar em guerra, disse Guterres, salientando que só os conflitos na Síria e no Iraque forçaram 15 milhões de pessoas a fugir.

Na Europa, mais de 219. 000 refugiados e migrantes atravessaram o Mar Mediterrâneo durante 2014. Isso é quase três vezes mais que o pico anterior, de 70. 000, que se verificou em 2011, diz o relatório.
Não temos capacidade nem recursos para (assistir) todas as vítimas do conflito. Já não somos capazes de dar conta do recado, afirmou Guterres, apelando a que os países europeus mantenham as fronteiras abertas. apesar dos receios manifestados pelos países europeus e outras nações desenvolvidas em relação ao crescimento de refugiados, o relatório revela que são as nações em desenvolvimento que acolhem 86% dos que fogem da guerra ou perseguição nos seus países. No final do ano passado, Portugal acolhia 699 refugiados ou pessoas em situação semelhante, um número reduzido quando comparado com outras nações de língua portuguesa, como angola (15. 474), Guiné-Bissau (8. 684), Brasil (7. 490) e Moçambique (4. 536).

Em relação ao acolhimento de refugiados, proposto pela Comissão Europeia (CE), o Governo português ainda não apresentou uma contraproposta quanto à quota atribuída, mas enunciou três condições para fixar quotas: desemprego, PIB e demografia. O primeiro-ministro enumerou esta quarta-feira passada três fatores que Portugal poderá apresentar como condições para receber mais refugiados. Sobre o acolhimento de imigrantes na União Europeia, o primeiro-ministro afirmou ser necessário encontrar critérios que permitam ter em conta quer a dimensão do território humano, dimensão demográfica da sociedade que acolhe imigrantes, quer o seu nível de desempenho económico, e também o nível de desemprego. O primeiro-ministro disse ainda que Portugal está disponível para oferecer mais acolhimento e mais resposta a imigrantes e destacou que o desafio é também cuidar bem dos que querem regressar.

apesar de tudo, Portugal pode orgulhar-se de ser o segundo melhor país do mundo a receber e integrar imigrantes, segundo o estudo internacional MIPEX. Mesmo com a crise, o país conseguiu subir na classificação.
a avaliação de Portugal da quarta edição do MIPEX foi apresentada no passado dia 12 na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, mas a lista comparativa e ordenada de 38 países só será conhecida na totalidade no próximo dia 30, em Bruxelas. O acesso à saúde, educação e habitação permanente sobressaem no estudo como os menos positivos, enquanto emprego, luta contra a discriminação, acesso à nacionalidade e reunião de famílias conseguem as pontuações mais altas.
Manuela Ferreira Leite, antiga ministra das Finanças, comentou a semana passada na TVI que a solidariedade que esteve na base da construção do projeto europeu significava um crescimento e um desenvolvimento harmonioso entre os países, o que não se está a verificar com estas regras da moeda única. afinal, a ideia-base da União Europeia era excelente, tanto para as transacções como para as pessoas, mas parece que apenas restam os interesses do dinheiro (?), porque os outros de cariz social estão a perder-se. Que pena!