alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados condena a impunidade cada vez maior para os conflitos que se iniciam, numa altura em que se bateu um novo recorde no número de refugiados
alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados condena a impunidade cada vez maior para os conflitos que se iniciam, numa altura em que se bateu um novo recorde no número de refugiados aos 41 anos, Nader continua a ser um apaixonado pela música, mas as melodias que faz brotar do saxofone, que toca profissionalmente há 18 anos, não o fazem esquecer os momentos de sofrimento e angústia que tem passado nos últimos tempos. É um refugiado de terceira geração. Os seus pais fugiram da Palestina ainda crianças e ele cresceu em Damasco, na Síria. Em 2011, o conflito armado forçou a sua família a fugir também. andaram de localidade em localidade, em território sírio, até que Nader foi para Banguecoque, na Tailândia. Dois meses depois, a mulher e os três filhos juntaram-se a ele, levando apenas duas malas e um saxofone. Recentemente, foram autorizados a fixar-se num país europeu, onde esperam recomeçar uma nova vida. a história desta família, apesar de atribulada, caminha para um final feliz. Mas o mesmo não acontece com a maioria dos refugiados ou deslocados internos, que em 2014 atingiram um novo recorde – perto de 60 milhões em todo o mundo, segundo dados revelados esta semana pelo alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (aCNUR). Em 2014, uma média diária de 42,5 mil pessoas tornou-se refugiada, requerente de asilo, ou deslocada interna. Se o total de refugiados fosse reunido num só país, representaria a 24a nação mais populosa do mundo. Para o alto Comissário da ONU para os Refugiados, antónio Guterres, é aterrorizante verificar que, de um lado, há mais e mais impunidade para os conflitos que se iniciam, e, por outro, há uma absoluta inabilidade da comunidade internacional em trabalhar em conjunto para acabar com as guerras e construir uma paz perseverante. Este sábado, 20 de junho, assinala-se o Dia Mundial do Refugiado, e os números continuam a ser alarmantes: o ano passado, apenas 126 mil refugiados conseguiram regressar aos seus países de origem, a taxa mais baixa dos últimos 31 anos.