O número de pessoas obrigadas a fugir dos conflitos armados e da violência em todo o mundo subiu para 60 milhões, em 2014. Foi o maior aumento de sempre num só ano
O número de pessoas obrigadas a fugir dos conflitos armados e da violência em todo o mundo subiu para 60 milhões, em 2014. Foi o maior aumento de sempre num só ano O número de refugiados e deslocados internos atingiu um novo recorde o ano passado, chegando aos 60 milhões de pessoas, revelou esta quinta-feira, 18 de junho, o alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (aCNUR). Este total representa um acréscimo de 8,3 milhões, em relação a 2013, ou seja, o maior aumento de sempre num só ano. Estamos a observar uma mudança de paradigma, um resvalo para uma era em que a escala de deslocamentos forçados, bem como as respostas necessárias, está claramente a superar tudo o que vimos antes, disse antónio Guterres, alto-comissário para os Refugiados da ONU, antes do lançamento do relatório de Tendências Globais, intitulado Mundo em Guerra. Segundo o ex-primeiro-ministro português, as coisas estão fora de controlo simplesmente porque o mundo parece estar em guerra. Nos últimos cinco anos, pelo menos 14 conflitos eclodiram ou recomeçaram pelo mundo – mais de metade em África -, e só os confrontos na Síria e Iraque forçaram 15 milhões de pessoas a fugir das suas casas. Não temos capacidade nem recursos para [assistir] todas as vítimas do conflito. Já não somos capazes de dar conta do recado, adiantou Guterres, apelando aos países europeus que mantenham as fronteiras abertas. No final de 2014, os países que mais acolhiam refugiados eram a Turquia (1,59 milhões), seguida do Paquistão (1,51 milhões) e Líbano (1,15 milhões).