Os Missionários da Consolata assumiram recentemente a responsabilidade de três missões na parte mais ocidental de Moçambique, na diocese de Tete – Fingoí¨, Ucanha e Zumbo. é um regresso às origens

Os Missionários da Consolata assumiram recentemente a responsabilidade de três missões na parte mais ocidental de Moçambique, na diocese de Tete – Fingoí¨, Ucanha e Zumbo. é um regresso às origens
Foi há precisamente 90 anos que foram enviados pelo beato José allamano para esta região onde, por razões de carácter político e eclesial, permaneceram poucos anos e que ficou sem missionários desde 1971.com a nomeação de Inácio Saúre, missionário da Consolata, para bispo de Tete, e devido a ausência de missionários nestas missões desde há muitos anos, o Instituto da Consolata enviou em 2013 três missionários (Eduardo Reyes, Franco Gioda e Jacinto Mwallongo) para assistirem pastoralmente esta vasta área que compreende os distritos da Marávia e de Zumbo, entre a Zâmbia e o Rio Zambeze, e tem cerca de 150 mil habitantes. Nesta região existem três missões-paróquias: Zumbo-Miruro (1890), Ucanha (1956) e Fingoé (2014) e 135 comunidades-capelas católicas, que ficaram abandonadas durante mais de 40 anos, mas conseguiram sobreviver e manter viva a fé. as distâncias são enormes. De Fingoé – onde residem os missionários da Consolata – até ao Zumbo, são 270 quilómetros de distância, por estradas muito más. a Missão de São Pedro Claver, no Zumbo, foi fundada pelos padres Jesuítas, em 26 de julho de 1890, que dali foram expulsos depois da implantação da República em Portugal, em 1910. Outrora magnífica, a Igreja de três naves é hoje uma ruína. apesar de restarem apenas as paredes, o edifício ainda causa admiração pela sua arquitetura. É simplesmente admirável que se tenha erguido este monumento, a tanta distância do litoral. Tudo isto custou sacrifícios até o da própria vida, como no caso do padre Estevão Czimmerman, fundador da missão e morto em 1894. No ano em que se celebram os 90 anos da entrada dos Missionários da Consolata em Moçambique, destinados a esta missão, vale a pena recordar as páginas do diário de um dos missionários à chegada ao Miruru: Temos a impressão de ter chegado à terra prometida. Depois de mais de 400 quilómetros percorridos na floresta, chegámos finalmente a um lugar aprazível. Esta é a nossa primeira etapa em Moçambique.com a ajuda de Nossa Senhora da Consolata seremos os continuadores da obra dos missionários que nos precederam. O trabalho é árduo, longo e fadigoso. Recolher o rebanho disperso depois de muitos anos de ausência dos padres e continuar a sua obra. Lendo estas palavras, parece que a história se repete hoje com o Instituto da Consolata nesta terra. Os missionários são chamados a cuidar de comunidades cristãs que durante longos anos permaneceram isoladas e abandonadas. Valeu, nesta situação, a proximidade e o acompanhamento das paróquias vizinhas da Zâmbia. É uma escolha ad gentes na linha do caminho de revitalização e reestruturação que o Instituto quer fazer.