Rosa Parks, uma costureira negra cuja acção de protesto no estado do alabama, em 1955, deu início ao moderno movimento norte-americano dos direitos civis, morreu a 24 de Outubro, com 92 anos.
Rosa Parks, uma costureira negra cuja acção de protesto no estado do alabama, em 1955, deu início ao moderno movimento norte-americano dos direitos civis, morreu a 24 de Outubro, com 92 anos. Parks recusou ceder o seu lugar no autocarro a um homem branco, como ditava a lei da segregação, e com este não deu início ao boicote massivo dos autocarros, organizado pelo ministro baptista Matin Luther King Júnior. Foi esta onda de protestos que levou à proclamação dos direitos civis em 1964, tornando a discriminação racial ilegal nos Estados Unidos.
No ano passado foi revelado que sofria de demência progressiva. O seu advogado disse que ela faleceu durante o sono, na sua casa em Detroit, Michigan. Ela sentou-se para que todos pudéssemos levantar-nos – e os muros da segregação caíssem, disse Jesse Jackson, líder da luta pelos direitos civis.
De muitos modos, a história divide-se em antes e depois de Rosa Parks, acrescentou sublinhando que o seu legado histórico nunca vai morrer. a sua silenciosa luta pela igualdade fez soar os sinos da liberdade para milhões de pessoas, concluiu.

a voz da história
Rosa Parks era uma costureira de 42 anos quando fez história.
a um de Dezembro de 1955 recusou ceder o seu assento a um homem branco num autocarro de alabama, desrespeitando a lei. Foi detida e teve que pagar uma multa de 14 dólares.
a sua detenção deu início a um boicote de ao sistema de autocarros, que durou 381 dias. Esta acção de boicote foi organizada pelo, então pouco conhecido, reverendo Luther King Júnior, e conduziu à desagregação do sistema de transporte.
Num discurso em 1992, Rosa Parks descreveu a razão no seu famoso protesto no autocarro: a verdadeira razão pela qual não me levantei para ceder o meu lugar foi sentir que tinha o direito de ser tratada como qualquer outro passageiro. Já tínhamos aguentado esse tipo de tratamento por demasiado tempo.
Recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade em 1996, e a Medalha de Ouro do Congresso, a mais alta condecoração civil do país, três anos mais tarde.
O congressista democrata John Conyers, para quem ela trabalhou desde 1965 até à reforma em 1988, descreveu-a como quase uma santa. Era muito humilde, de voz suave, mas por dentro tinha uma fortíssima determinação.