Relatório da Organização Internacional do Trabalho revela que 75 por cento dos trabalhadores dos 180 países abrangidos pelo estudo têm contratos temporários ou de curto prazo
Relatório da Organização Internacional do Trabalho revela que 75 por cento dos trabalhadores dos 180 países abrangidos pelo estudo têm contratos temporários ou de curto prazo a insegurança generalizada em todo o mundo continua a acentuar a instabilidade no mercado de trabalho. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), apenas um quarto dos trabalhadores no mundo tem um emprego estável, enquanto os restantes 75 por cento vivem com contratos temporários ou de curto prazo, muitas vezes empregos informais, sem um contrato ou em empresas familiares sem remuneração. Estas tendências emergentes também são um reflexo da insegurança generalizada que afeta muitos trabalhadores no mundo de hoje, disse esta terça-feira, 19 de maio, o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, na apresentação do relatório Perspetivas Sociais e de Emprego no Mundo 2015. O documento abrange 180 países, ou seja, 84 por cento da força de trabalho global. Os países onde se verificam as maiores taxas de emprego sem contrato permanente são a Bolívia, Peru, China, Níger e Índia, com índices acima dos 90 por cento. Portugal situa-se nos 38 por cento, de acordo com o relatório, que se reporta a dados de 2012. Quanto ao emprego, nas economias desenvolvidas e na Europa Central, cerca de oito em cada dez pessoas em idade ativa têm um trabalho, enquanto no sul da Ásia e na África subsaariana este número é reduzido para dois em cada dez. Os autores do estudo convidam os Estados a reforçar a legislação para proteger melhor os trabalhadores contra o tratamento arbitrário ou injusto, sobretudo na Europa, onde a proteção ao trabalho tem diminuído desde 2008, quando a crise financeira global começou. Esta crise levou a um forte aumento do emprego a tempo parcial, especialmente para as mulheres, entre 2008 e 2013.