a canonização das beatas palestinianas irmã Maria alfonsina Danil Ghattas e Maria de Jesus Crucificado Baouardy, pelo Papa Francisco, que ocorre hoje na Praça de São Pedro, é o exemplo de que a fé pode ser um instrumento de paz para o mundo
a canonização das beatas palestinianas irmã Maria alfonsina Danil Ghattas e Maria de Jesus Crucificado Baouardy, pelo Papa Francisco, que ocorre hoje na Praça de São Pedro, é o exemplo de que a fé pode ser um instrumento de paz para o mundo a Igreja apela à paz e dá o exemplo quer através dos meios diplomáticos, quer promovendo o reconhecimento das qualidades humanas de vivência da fé sem olhar a origens, como é o caso das duas beatas que serão canonizadas hoje. a Palestina atual é um território onde coabitam dois povos, os naturais e os israelitas a quem a Organização das Nações Unidas (ONU) demarcou um território para a concretização do Estado de Israel. Recorde-se que o povo judeu estava disperso por todo o mundo e, após a segunda guerra mundial, os países que compunham a ONU aprovaram o Plano de Partilha da Palestina. O território palestiniano foi dividido em dois Estados, um judeu e outro árabe.

O que levou à partilha da Palestina? Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo deparou-se com as sequelas de anos de crueldade: mais de seis milhões de judeus exterminados nos campos nazis.com isso, as organizações voltadas para a ajuda humanitária passaram a resgatar os judeus que sobreviveram aos campos de concentração e embarcá-los clandestinamente para a Palestina. a Inglaterra tentou de todas as formas barrar o desembarque dos refugiados, lembrando que a Palestina era concessão britânica.
O choque desta situação levou as Nações Unidas a aprovarem um estado judeu, em 1947, para a Palestina, juntamente com um estado árabe. Contudo o estado árabe, criado pela ONU nessa partilha não foi estabelecido e os palestinos lutam até hoje para ter o seu estado. O estado de Israel seria uma realidade em maio de 1948, data em que os judeus, liderados por David Ben-Gurion, fundaram oficialmente a nova nação.

a revolta dos países árabes foi imediata à criação do estado de Israel. Isso culminou no primeiro conflito árabe-israelita.com o apoio militar e financeiro recebido de outras nações, Israel venceu a guerra e dominou mais de metade do território reservado aos árabes no plano de divisão da ONU.com a derrota da guerra de 1948, cerca de meio milhão de palestinianos foram obrigados a deixar a terra em que viviam para se refugiar em países vizinhos.
Expulsos de suas terras, os palestinianos eram maltratados, inclusive nos países árabes. Somente a Jordânia permitiu a integração na sua sociedade, sendo vigiados permanentemente. Nos outros países passaram a viver em acampamentos para refugiados, com a ajuda da ONU. Desde então, o Médio Oriente tornou-se numa das regiões mais conflituosas do globo, cenário de consecutivos conflitos extremistas entre judeus e árabes.

as novas santas palestinianas poderão ser uma esperança para uma terra em permanente sofrimento. Prevê-se que estejam presentes, neste domingo, na Praça de São Pedro uma delegação de mais de duas mil pessoas da Terra Santa. O presidente da Palestina, Mahmoud abbas – que foi recebido pelo Papa em audiência na manhã de ontem -, e também uma delegação israelita.
O Diretor do Centro Católico de Estudos e Média de amã, Jordânia, Rifat Bader, que apresentou as duas novas santas, disse que numa região em que somos circundados por guerra e morte, Deus nos manda duas mulheres santas para nos guiar. O sacerdote Bader fez questão de frisar ainda que elas são duas santas árabes, originárias da Terra Santa. Em entrevista à Rádio Vaticano afirmou: São irmãs, consagradas, mas também cidadãs de uma terra que historicamente se chama Palestina. agora, Terra Santa significa também dois povos. Nós árabes, palestinianos e jordanianos reconhecemos essas duas santas como fruto da civilização árabe-cristã que está aqui há muitos anos. É realmente uma esperança para os palestinianos porque eles sofrem muito.