Muitas das mulheres libertadas pelo exército nigeriano foram sequestradas ainda jovens e não sabem qual é a sua origem. Queixam-se de abusos sexuais e de matrimónios forçados
Muitas das mulheres libertadas pelo exército nigeriano foram sequestradas ainda jovens e não sabem qual é a sua origem. Queixam-se de abusos sexuais e de matrimónios forçados a reintegração social das cerca de 300 mulheres e crianças resgatadas ao movimento islamita Boko Haram, pelo exército nigeriano, vai ser difícil e demorada, pois algumas das reféns foram sequestradas quando tinham apenas três anos e não se recordam sequer do nome da família, alertou esta semana o bispo de Yola, Stephen Mamza. as vítimas foram acolhidas em acampamentos criados pelo governo, depois de terem sido libertadas na floresta de Sambisa, um dos bastiões do grupo extremista. Presume-se que a maioria será oriunda de Gumsuri, uma localidade próxima de Chibok – a cidade que se tornou famosa depois do sequestro de mais de 200 estudantes em abril de 2014 -, mas grande parte das mulheres não se lembra das suas origens. Segundo o prelado, algumas jovens contaram histórias de companheiras apedrejadas porque se negaram seguir os sequestradores quando eram perseguidos pelo exército, de abusos sexuais e de casamentos forçados com os islamitas. Outras, não falam ou não se recordam, tal o estado debilitado em que se encontram. Reunir as vítimas com as suas famílias será difícil porque muitas estão em estado de choque e nem sequer conseguem dizer onde e quando foram capturadas, sublinhou o bispo, acrescentando que a reabilitação física destas mulheres e crianças será só a primeira parte de um compromisso de assistência que deverá ser assumido pelo Estado, com o apoio das organizações humanitárias e religiosas.