Multinacional britânica tem desalojado à força centenas de famílias tribais, para expandir as suas plantações de chá. Homens armados têm destruído cultivos e vandalizado as casas dos camponeses
Multinacional britânica tem desalojado à força centenas de famílias tribais, para expandir as suas plantações de chá. Homens armados têm destruído cultivos e vandalizado as casas dos camponeses Estabelecida há mais de um século em Sreemangal, uma zona de plantações de chá do distrito de Maulvi Bazar, no Bangladesh, a tribo Kanda queixa-se que tem vindo a enfrentar nos últimos meses a fúria de uma multinacional britânica, que estará a usar todos os meios à sua disposição para expulsar os nativos de suas casas e expandir as áreas de cultivo. a empresa está a usar a sua influência financeira e política para alcançar os seus objetivos. Nestes últimos anos temos ajudado a população tribal a resistir, mas o vento sopra mais forte do outro lado, afirmou Rozario Kiron, um ativista social que trabalha na zona desde 1997. Recentemente, grupos de homens armados, alegadamente enviados pela multinacional, vandalizaram casas e destruíram plantações, para obrigar os habitantes a deixar as terras. Os responsáveis da Syed Tea and Land Company têm outra versão. Temos permitido generosamente que os nativos residam e cultivem a terra, mas é frustrante que reclamem a propriedade da terra. Os nossos homens não destruiram as suas casas e cultivos, apenas se limitaram a limpar a zona para a expansão das plantações, justificou o dono da empresa, Syeda Gulshanara, em declarações à agência Ucanews. Segundo o empresário, todo o património ocupado pela empresa, incluindo Punji Lakhaichhera, a propriedade onde vivem as comunidades Kanda, foi concessionada pelo governo, após a independência do Paquistão, em 1971. a industria de chá no Bangladesh foi iniciada pelos britânicos em meados do século XIX e cresceu graças à mão de obra das populações tribais, como os Kanda. No entanto, nas últimas décadas, muitos dos indígenas têm procurado tornar-se independentes, cultivando os seus próprios produtos, como limões, ananás e goiabas, o que tem chocado com os interesses da empresa britânica. Há neste momento 166 plantações de chá em todo o país, 133 das quais encontram-se na divisão nordeste de Sylhet. Na zona vivem cerca de 700 mil nativos, na sua maioria hindus e cristãos, que pertencem a uma dezena de grupos étnicos diferentes e trabalham no plantio e recolha de chá ou nas suas próprias plantações para sobreviver.