admirei particularmente as mulheres que cantam e dançam na Eucaristia com fervor e entusiasmo, mesmo depois de percorrerem tantos e tantos quilómetros para poderem marcar presença na celebração
admirei particularmente as mulheres que cantam e dançam na Eucaristia com fervor e entusiasmo, mesmo depois de percorrerem tantos e tantos quilómetros para poderem marcar presença na celebraçãoPartir em busca de um sonho: o voluntariado internacional. Foi esta a meta que procurei nos últimos tempos. Bati numa e noutra porta, mas tantas vezes ouvi o não. Insisti sempre, porque algo me impulsionava a lutar. algo me dizia que precisava mesmo de viver esta experiência O terreno para lançar a minha semente de esperança encontrei-o junto dos Missionários da Consolata. Depois vieram os contratempos laborais, que consegui ultrapassar após muita insistência, e, em outubro de 2014, parti mesmo para Marandallah, na Costa do Marfim. Finalmente, concretizava um grande sonho que hoje posso definir como a melhor experiência da minha vida. Foi nesta pequena grande aldeia que consegui sentir o meu coração pleno. ali recolhi grandes lições de vida; cresci em sabedoria e em fé. Durante mês e meio vivi intensamente cada minuto e sorri como há muito não sorria. Senti-me amada sem dar nada ou quase nada em troca. Senti um calor humano imenso. Senti que os valores de amor, respeito, partilha, união e tantos mais, assumem proporções gigantescas que se sobrepõem aos próprios interesses. Uma cultura diferente onde o número de muçulmanos ultrapassa largamente o de católicos. Contudo, os cristãos mantêm-se com uma fé bem firme, capaz de mover montanhas. admirei particularmente as mulheres que cantam e dançam na Eucaristia com fervor e entusiasmo, mesmo depois de percorrerem tantos e tantos quilómetros para poderem marcar presença na celebração. Numa pobreza de bens materiais conseguimos encontrar um tesouro de valores. Um dos aspetos mais marcantes foi sem dúvida poder acompanhar as crianças aos campos e colaborar com elas. Vi como conhecem aqueles caminhos e perigos e como conseguem de pequenas ervas fazer uma espécie de flauta que as anima de forma extraordinária. E, mesmo com o trabalho árduo, como irradiam uma enorme felicidade, não lamentam o seu dia a dia e ficam satisfeitas com muito pouco. Outra experiência importante esteve naturalmente a ligada à minha atividade profissional: a enfermagem. Entre vacinação e partos fiz um trabalho que me deixou bastante satisfeita: consegui reanimar um bebé. Não havia um reanimador, tão pouco luz. Uma lanterna entalada entre o peito e o queixo da parteira iluminavam o local. E, no meio daquela divisão escura, lá estava eu a fazer massagem cardíaca improvisando um ambu com uma espécie de pipeta usada para aspirar secreções. aqueles minutos pareceram intermináveis mas, felizmente, foram bem sucedidos e o meu pequeno herói começou a respirar ofegante. Seguramente, esta foi a melhor experiência profissional nos meus 10 anos de serviço. E deu-me a certeza que só conseguimos ultrapassar os obstáculos e ciladas da vida, quando nos deixamos conduzir pelo amor, alicerçados nos pilares da fé e confiança. Se me permitem um conselho, nunca desistam de procurar concretizar os vossos sonhos pois, essa minha busca permitiu-me voltar muito mais feliz e sentir Jesus pertinho do meu coração.