Uma coligação de organizações de saúde compromete-se a mobilizar os seus membros para «ajudar a acelerar o fim» da Mutilação Genital Feminina. O secretário-geral da ONU destaca o papel dos profissionais de saúde na erradicação desta prática
Uma coligação de organizações de saúde compromete-se a mobilizar os seus membros para «ajudar a acelerar o fim» da Mutilação Genital Feminina. O secretário-geral da ONU destaca o papel dos profissionais de saúde na erradicação desta práticaO Dia da Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina é assinalado esta sexta-feira, 6 de fevereiro. Numa mensagem divulgada a propósito da efeméride, Ban Ki-moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), destaca que os sistemas e os profissionais de saúde são essenciais para o bem-estar das sociedades.
Lembrando que o apoio ativo da comunidade médica a favor da eliminação da mutilação genital feminina (MGF) tem sido fundamental, o responsável destaca que esta pode prestar uma informação credível, científica e imparcial, que ajudará as pessoas a protegerem-se de violações dos seus direitos.
Também uma coligação de organizações de saúde, coordenada pelo Comité Interafricano de Práticas Tradicionais, emitiu um comunicado no qual se compromete a mobilizar os seus membros para ajudar a acelerar o fim da MGF. Entre os membros da coligação estão, segundo a agência Lusa, a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia, a Confederação Internacional de Parteiras, os Colégios de Especialidade de Obstetras e Ginecologistas e de Parteiras do Reino Unido, e organizações como a Girl Generation, a FORWaRD e a Equality Now.
a não ser que a ação para eliminar a MGF seja acelerada, na próxima década, 30 milhões de meninas podem ser sujeitas a essa forma de violência, que não tem quaisquer benefícios médicos e pode causar significativos danos físicos e psicológicos, alertou a coligação, destacando ainda a necessidade de assegurar apoio e cuidados físicos, emocionais e psicológicos às sobreviventes da prática.
atualmente, estima-se que 140 milhões de mulheres e meninas vivam com esta prática, que provoca danos físicos e psíquicos graves e permanentes. Se a tendência se mantiver, outras 86 milhões serão sujeitas à prática até 2030, estima a ONU.
Na sua mensagem, o secretário-geral da ONU enfatiza que a mudança está a acontecer no seio das comunidades, quebrando o silêncio e derrubando mitos em torno da MGF.como exemplo de boas práticas, Ki-moon cita a associação de Parteiras da Mauritânia, que se recusa a praticar a MGF e promove ativamente o abandono da prática.