Estudo financiado pela União Europeia acompanhou mais de 3. 000 famílias durante seis meses e conclui que os menores têm de abandonar a escola para melhorar o orçamento familiar
Estudo financiado pela União Europeia acompanhou mais de 3. 000 famílias durante seis meses e conclui que os menores têm de abandonar a escola para melhorar o orçamento familiar a pobreza e a falta de rendimentos familiares são as razões principais que levam as crianças a deixar a escola para trabalhar, concluiu anna Leach Colina, coordenadora de um estudo de seis meses, financiado pela União Europeia, sobre o trabalho infantil nas minas e plantações do sul das Filipinas. a investigação acompanhou 3. 859 famílias e documentou que as crianças provenientes das famílias pobres se veem obrigadas a trabalhar para aumentar os rendimentos económicos da família. abandonar a escola e lançar-se no mundo do trabalho é uma decisão que a realidade de cada dia impõe às crianças, adianta a diretora da organização não governamental Ecumenical Institute for Labor Education Research, sublinhando que 96 por cento das famílias entrevistadas vivem no limiar da pobreza e têm como única ocupação possível o trabalho nas minas ou nas plantações. Na apresentação dos resultados do estudo, Colina disse que o governo, quando acusa os pais de permitirem que os filhos trabalhem, ou quando os classifica como responsáveis pelo trabalho infantil, não está a ter em conta as verdadeiras causas do fenómeno. O trabalho infantil nas minas ou plantações não proporciona meios para que as crianças e as suas famílias possam sair do círculo vicioso da pobreza, pois os pequenos trabalhadores são utilizados em tarefas de baixos rendimentos, apenas suficientes para comer e voltar a trabalhar no dia seguinte, salientou a responsável. Guy Ledoux, embaixador da União Europeia, recordou, por sua vez, que o trabalho infantil nas Filipinas é claramente uma consequência da difusão da pobreza e da falta de redes de segurança e de proteção social eficazes. Seguramente há muito a fazer, quando há mais de cinco milhões de crianças filipinas envolvidas no trabalho infantil, e três milhões delas estão reféns das piores formas de trabalho, acrescentou.