Com menos de 10 mil euros, foi possível restaurar e equipar o pequeno centro de saúde de medicina natural do Bairro da Liberdade, na cidade de Matola, em Moçambique. O investimento beneficia perto de 1. 200 famílias
Com menos de 10 mil euros, foi possível restaurar e equipar o pequeno centro de saúde de medicina natural do Bairro da Liberdade, na cidade de Matola, em Moçambique. O investimento beneficia perto de 1. 200 famíliasO Bairro da Liberdade, na cidade de Matola, arredores de Maputo, cresceu à sombra de um processo de urbanização acelerado, para acolher o elevado número de pessoas que foram chegando das zonas rurais, à procura de novas oportunidades de trabalho. Porém, essas oportunidades nem sempre se concretizaram e a taxa de pobreza manteve-se elevada entre os moradores. Os mais atingidos, como sempre, foram os idosos, mulheres e crianças, sobretudo ao nível da assistência médica, pois as infraestruturas públicas revelaram-se insuficientes e eram poucos os que tinham capacidade económica para comprar medicamentos ou suportar os custos de um exame médico adequado. a pensar nesta camada social mais desfavorecida, os missionários da Consolata lançaram um projeto de remodelação do centro de saúde de medicina natural, e conseguiram reequipar a unidade para, a partir das plantas medicinais, disponibilizar tratamentos alternativos a cerca de 1. 200 famílias, a custos controlados e a preços mais baixos. apesar das dimensões reduzidas, o centro serve como laboratório, clínica e farmácia, mas sobretudo como pequena escola de medicina familiar, pois os três funcionários ajudam as jovens mães a melhorar a higiene doméstica e a adotar métodos de prevenção para reduzir a exposição às doenças dos seus filhos. São eles também que cuidam do quintal com plantas medicinais existentes junto ao edifício, e do terreno disponibilizado pela Congregação das Irmãs Franciscanas de Susa, onde plantam e colhem raízes locais de anti-bacteriano ou anti-fúngico, particularmente úteis, por exemplo, para o tratamento de furúnculos ou fungos superficiais na pele. Depois da recolha, seleção, classificação e cálculo de misturas, produzem xaropes, tónicos, pós e pomadas, que são depois embalados para venda. Entre os produtos mais processados, destaca-se a artemísia (ou camomila do campo), considerada um bom anti-malárico natural, a Moringa, muito rica em ferro e anti-oxidantes, e o Beijo de Mulata (ou Vinca-de-madagáscar), que tem propriedades anti-inflamatórias. Há ainda o Cajueiro, útil para aliviar as dores reumáticas e articulares, e o xarope de mamão, usado para combater os parasitas intestinais, e que por ter sabor agradável, é mais fácil de dar às crianças.