Sul-africanos desmultiplicam-se em atividades, a maioria religiosas, para assinalar o primeiro aniversário da morte do primeiro Presidente negro do país e um símbolo da luta contra o racismo
Sul-africanos desmultiplicam-se em atividades, a maioria religiosas, para assinalar o primeiro aniversário da morte do primeiro Presidente negro do país e um símbolo da luta contra o racismo a colina de Pretória dedicada aos combatentes da luta contra o apartheid, na África do Sul, serviu de palco esta sexta-feira, 5 de dezembro, para um serviço religioso de homenagem ao ex-Presidente Nelson Mandela, destinado a assinalar o primeiro aniversário da sua morte. Queimando ervas dentro de um chifre de kudu, uma espécie de antílope, Ron Martin, chefe da comunidade khoisan, realizou ao amanhecer um ritual consagrado aos ancestrais da África do Sul. Depois, foram realizadas orações cristãs, hindus, muçulmanas, judaicas e inclusive rastafáris, seguindo um espírito ecuménico que reflete a diversidade das comunidades do país e a universalidade da luta anti racista de Mandela. Estes vinte anos de democracia foram possíveis graças a Mandela. antes do advento da democracia (em 1994) não podíamos praticar nossa religião, explicou Ron Martin às agências internacionais, salientando que a sua comunidade continua a recuperar a sua herança histórica e cultural, depois do sentido de orgulho ter sido quebrado pelo apartheid. Uma coroa de flores foi colocada pelos veteranos da luta anti apartheid na base de uma estátua de cinco metros de um sorridente Madiba, o nome do clã pelo qual os sul-africanos chamam carinhosamente o filho favorito de sua nação, seguindo-se uma intervenção de Graça Machel, viúva do prémio Nobel da Paz, na sede do governo. Eu sei que Madiba está bem acompanhado. Este pensamento apoiou-me ao longo de todo este ano. Tive o privilégio singular de ser o ombro no qual se apoiou no crepúsculo de sua vida, e serei eternamente grata por me ter escolhido, disse Graça Machel. Nascido em 1918 e falecido a 5 de dezembro de 2013 em Joanesburgo, Mandela foi o primeiro Presidente negro de seu país, entre 1994 e 1999, e o construtor da reconciliação racial depois de três séculos de dominação branca. O corpo de Madiba jaz em Qunu, o povoado onde cresceu, no sul do país.