amnistia Internacional alerta para a existência de uma «crise sem precedentes» no caso dos milhares de refugiados sírios que procuram abrigo na Turquia. Muitos são recebidos a tiro quando chegam à fronteira
amnistia Internacional alerta para a existência de uma «crise sem precedentes» no caso dos milhares de refugiados sírios que procuram abrigo na Turquia. Muitos são recebidos a tiro quando chegam à fronteira Os cerca de 1,6 milhões de sírios que fugiram da guerra e conseguiram chegar à Turquia estão a enfrentar situações de miséria e de abusos, segundo o último relatório da amnistia Internacional (aI), que alerta para a possibilidade de uma crise de proporções sem precedentes. Segundo o investigador da aI, andrew Gardner, apesar da Turquia ter aberto oficialmente os seus postos fronteiriços para os refugiados, a realidade é muito diferente. Muitos são devolvidos à zona de conflito, alguns sob ameaça com disparos de munições reais. Entre dezembro de 2013 e agosto de 2014, pelo menos 17 pessoas foram mortas pelos guardas fronteiriços, havendo ainda registos de agressões, maus tratos e repatriamentos forçados, sobretudo de quem não está na posse de passaporte. Disparar sobre pessoas que fogem do conflito e procuram refúgio desesperadamente é lamentável. Trata-se de uma clara violação do Direito Internacional, que não deve ficar impune, acrescentou Gardner, recordando a obrigação dos Estados em abrir as suas portas a pessoas que fogem da perseguição ou da guerra. O governo da Turquia diz ter gasto mais de três mil milhões de euros na assistência aos refugiados, apesar da comunidade internacional só se ter comprometido a suportar 28 por cento dos cerca de 400 milhões de euros, reclamados na ONU. No entanto, a aI defende que o país deve fazer mais para pedir e facilitar a ajuda.