O Dia Mundial das Missões foi um dia histórico para Mecanhelas e para a diocese de Lichinga, em Moçambique, com a passagem da paróquia de Mecanhelas, dos Missionários da Consolata, seus fundadores, para as mãos do clero diocesano de Lichinga
O Dia Mundial das Missões foi um dia histórico para Mecanhelas e para a diocese de Lichinga, em Moçambique, com a passagem da paróquia de Mecanhelas, dos Missionários da Consolata, seus fundadores, para as mãos do clero diocesano de Lichingaas origens da Igreja Católica em terras de Mecanhelas são antigas. a ação evangelizadora do catequista João Baptista Chipenenga e seus colegas catequistas, e dos missionários da Consolata da missão de Mepanhira, a partir de 1938, espalharam a boa semente do Evangelho em terras de Lumpwa, Catxingue, Messossomera e Mecanhelas. a criação da Paróquia de Mecanhelas em 13 de maio de 1966 é o fruto deste rápido crescimento. Nessa data, o padre Mário Spangaro, missionário da Consolata, que trabalhava na missão de Mepanhira, foi encarregado pelo primeiro bispo de Niassa, Eurico Dias Nogueira, de iniciar a fundação da nova missão de Mecanhelas. Fê-lo com grande sacrifício pessoal e competência. Os mais velhos recordam ainda hoje como o sacerdote gastava os dias, trabalhando na orientação dos trabalhos de construção da igreja e da casa dos padres, sem deixar de cumprir os seus deveres de pastor, atendendo os fiéis católicos e visitando com regularidade as capelas. E passava a noite a rezar e a escrever cartas para amigos e conhecidos, dando a conhecer a cada vez um maior número de pessoas esta obra, que era todo o seu sonho. Para comer e dormir, é que muitas vezes não encontrava o tempo que o corpo exigia e a prudência aconselhava. a sua saúde ficou para sempre abalada por tamanho esforço e sacrifício. Decorridos apenas dois anos sobre a fundação da paróquia, já tinha terminado a bonita e espaçosa igreja-santuário de Mecanhelas, dedicada a Nossa Senhora de Fátima, inaugurada em 13 de outubro de 1968. Os anos depois da independência (1975) foram de perseguição e humilhação para a Igreja. Em seguida, chegou mais sofrimento e terror, com a guerra civil. Também nesta hora de trevas a Igreja Católica em Mecanhelas esteve junto do povo, acompanhou e viveu com ele estes anos difíceis da história de Moçambique. Os missionários compartilharam o calvário do povo e beberam com ele o cálice amargo do sofrimento: ataques, viagens em coluna, fome, raptos e morte. Em 15 de fevereiro de 1991 morreu vítima de um ataque o padre ariel Granada, pároco de Mecanhelas, na estrada entre Mandimba e Massangulo.com a assinatura do acordo Geral de Paz (4 de outubro de 1992) chegou finalmente a paz tão desejada e deu-se início à reconstrução.com paz e liberdade religiosa, as comunidades cristãs multiplicaram-se e o trabalho de formação dos animadores e catequistas consolidou-se. Em 2002, a paróquia de Mecanhelas, filha’ da missão de Mepanhira, tornou-se também ela mãe, gerando a paróquia de Santa Maria Mãe de Deus de Entre-Lagos. Mesmo assim, a paróquia de Mecanhelas, com mais de 30. 000 católicos e 140 comunidades, continua a ser uma das mais importantes e dinâmicas paróquias da diocese de Lichinga. a semente do Evangelho lançada em terra boa germinou, a planta cresceu e os frutos apareceram.