Se a cristã sudanesa Meriam está salva e foi recebida pelo Papa Francisco, o caso de asia Bibi está ainda longe de ser resolvido.
Condenada à morte por «blasfémia», há já cinco anos, continua presa, à espera da resposta ao recurso para o Supremo Tribunal
Se a cristã sudanesa Meriam está salva e foi recebida pelo Papa Francisco, o caso de asia Bibi está ainda longe de ser resolvido.
Condenada à morte por «blasfémia», há já cinco anos, continua presa, à espera da resposta ao recurso para o Supremo TribunalPara o padre paquistanês Bernard Inayat, jornalista e diretor da revista The Christian View, de Lahore, a situação continua muito delicada e não promete fáceis soluções. as pressões no Paquistão são muito fortes e a lei sobre a blasfémia (que pune com a pena de morte quem menospreza o alcorão e o profeta Maomé) é intocável, por isso, os cristãos, conscientes desta situação, escolheram propor pelo menos modificações processuais, a fim de parar os abusos, explica o diretor da citada revista. Há muitos juízes que não aprovam a lei sobre a blasfémia, e sabem que asia Bibi é inocente, mas nenhum ousará julgá-la e absolvê-la, porque poderia ter o fim de arif Iqbal Bhatti, que foi brutalmente assassinado no seu quarto do Supremo Tribunal de Lahore depois de ter absolvido dois cristãos em 1994. Nenhum dos magistrados atuais esqueceu esse homicídio tomado como um aviso. Por isso as esperanças são poucas, mas, continua o mesmo sacerdote jornalista Inayat, a Providência pode abrir as portas e levar a luz lá onde tudo parece escuro e sem fim à vista. apesar de haver uma boa equipa de advogados cristãos e muçulmanos empenhada no caso, os tempos do processo de asia Bibi poderão prolongar-se indefinidamente. O padre elogiou o primeiro ministro italiano Matteo Renzi, que num discurso de abertura do Parlamento Europeu, citou asia Bibi e outros casos de perseguição aos cristãos. Foi muito encorajador para nós e os cristãos paquistaneses agradecem, disse o jornalista, para quem é muito importante que esta situação seja conhecida na Europa para que se respeitem os direitos humanos e a liberdade religiosa.