Meninos com menos de 15 anos têm sido recrutados pelos movimentos armados, com o pretexto de que receberão educação gratuita. Mas na realidade são treinados para combater e exercer tarefas perigosas
Meninos com menos de 15 anos têm sido recrutados pelos movimentos armados, com o pretexto de que receberão educação gratuita. Mas na realidade são treinados para combater e exercer tarefas perigosas Os grupos radicais islâmicos que combatem na Síria estão a usar crianças com menos de 15 anos para enviar para o campo de batalha, recrutando-os com o aliciante de que irão receber educação gratuita, quando na realidade são incorporados nos treinos com armamento e encarregados de tarefas perigosas, como a participação em missões suicidas com bombas, denunciou a organização de defesa de direitos humanos Human Rights Watch (HRW). Os grupos armados sírios não deviam aproveitar-se de crianças vulneráveis, que viram como os seus familiares foram assassinados, suas escolas bombardeadas e as suas comunidades destruídas. Os horrores do conflito armado na Síria só se agravam quando se arrastam as crianças para a frente de batalha, alertou Priyanka Motaparthy, investigadora dos direitos da criança no Médio Oriente da HRW. a ativista recorda que o Protocolo Facultativo da Convenção sobre os Direitos da Criança, ratificado pela Síria em 2003, proíbe as forças governamentais e os grupos armados não estatais de recrutarem e utilizarem menores como combatentes ou quaisquer outras funções de apoio. a violação destas normas configura um crime de guerra passível de punição pelo Tribunal Pena Internacional. Os governos que apoiam os grupos armados na Síria têm que pressionar estas forças para que acabem com o recrutamento de crianças e a utilização de menores nos combates, sob pena de se tornarem cúmplices de crimes de guerra, advertiu Motaparthy, na apresentação de um estudo sobre o recrutamento de menores, elaborado com base em testemunhos de ex-guerrilheiros que lutaram com o Exército Livre Sírio.