a ONU destacou o agravamento do conflito que «continua a sangrar para lá das suas fronteiras», deixando forte repreensão à indiferença do mundo para com derramamento de sangue e rejeitando a noção de que uma solução militar é a única saída para o país
a ONU destacou o agravamento do conflito que «continua a sangrar para lá das suas fronteiras», deixando forte repreensão à indiferença do mundo para com derramamento de sangue e rejeitando a noção de que uma solução militar é a única saída para o país O secretário-geral das Nações Unidas ofereceu uma abordagem integrada e baseada em princípios, que acabaria com a violência, dinamizaria conversações políticas e lançava as sementes de um futuro melhor para o povo sírio. Temos de agir. Todos os valores que defendemos e todas as razões pelas quais a ONU existe estão em jogo, aqui e agora, em toda a paisagem devastada que é hoje a Síria, declarou Ban Ki-moon, num discurso emotivo, instando a comunidade internacional a não abandonar o povo da Síria e da região que sofre ondas de crueldade e uma crise sem fim. Vamos reconhecer o sofrimento inimaginável que abunda hoje [no país]; e trabalhar juntos agora para construir um futuro melhor para o povo da Síria, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas. Expressando a sua deceção com o cálculo frio que parece estar a tomar conta da comunidade internacional – de que pouco pode ser feito, exceto para armar as partes e assistir ao conflito – o responsável da ONU pintou um quadro sombrio sobre o que esta indiferença e cinismo têm feito desde que o conflito eclodiu em 2011. Ki-moon observou que o número de mortos pode ser agora bem mais de 150 mil – a ONU deixou de divulgar números porque se tornou impossível contar todos os corpos -, metade da população do país foi deslocada e as prisões improvisadas continuam a crescer com os detidos.