O abate de florestas na Guiné-Bissau está a desviar elefantes das rotas de migração e a levá-los para perto de algumas aldeias, alertou a bióloga aissa Regalla
O abate de florestas na Guiné-Bissau está a desviar elefantes das rotas de migração e a levá-los para perto de algumas aldeias, alertou a bióloga aissa Regallaanualmente, alguns elefantes, em número incerto, costumam dirigir-se da Guiné-Conacri para o sul da Guiné-Bissau, entre maio e novembro, ocupando um corredor que entra nos parques naturais de Cantanhez e Cufada, onde encontram alimento. Contudo, este ano, o abate de madeira intensivo, a meio do corredor de migração da Guiné-Bissau, está a desviar elefantes das rotas de migração no sul do país e a levá-los para próximo das aldeias.
Os elefantes procuram outros percursos, mas como podem não encontrar alimentos e cruzam-se com a população de aldeias não se sabe que comportamentos vão ter, alertou a bióloga aissa Regalla, do Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBaP), que acompanha as rotas de diversos animais de médio e grande porte no país. São animais que não gostam de barulho e as motosserras perturbam a migração, acrescentou a responsável, citada pela agência Lusa.
O IBaP pediu à Direção-Geral de Florestas que fizesse cessar o corte de árvores na zona sul. No entanto, até agora, ainda não recebeu respostas e as motosserras mantêm-se no terreno. O elefante africano de floresta está na lista vermelha da União Internacional de Conservação da Natureza como animal vulnerável, sob risco de extinção, destacou aissa Regalla. Os níveis sem precedentes de destruição da floresta e de outros recursos naturais da Guiné-Bissau já motivaram um alerta da Organização das Nações Unidas.