Sem pressas e com muita disponibilidade para ouvir, a irmã alessandra Pulina partiu em missão para a Guiné-Bissau, onde espera continuar o seu apostolado de promoção espiritual e humana
Sem pressas e com muita disponibilidade para ouvir, a irmã alessandra Pulina partiu em missão para a Guiné-Bissau, onde espera continuar o seu apostolado de promoção espiritual e humanaSe é verdade que o ambiente onde se cresce tem influência na formação da personalidade, então alessandra Pulina, 40 anos, é disso um bom exemplo. Natural da Sardenha, uma bonita ilha italiana do mar Mediterrâneo, habituou-se a conviver ao ar livre, em contacto com a natureza e rodeada de pessoas simples e diretas. aos 18 anos, descobriu o mundo da missão e deixou-se envolver num universo até então desconhecido, durante um campo de trabalho orientado por três missionários da Consolata. Sentiu que Deus lhe estava a bater à porta, mas precisava de mais certezas. Durante os anos de universidade, participou em ações de voluntariado, ajudou a formar jovens, e foi partilhando desejos e dúvidas com os religiosos e religiosas que encontrava pelo caminho. Um caminho que a ajudou a consolidar a fé e a vontade de enveredar por uma vida missionária, de ser mais um grão de areia na imensa praia de Deus. Foi na Casa allamano que me senti em família e percebi claramente que era aquele o estilo de vida que se encaixava com tudo o que ia descobrindo no meu interior mais profundo, recorda alessandra. Feita a escolha, a entrada na comunidade das missionárias da Consolata aconteceu logo após a conclusão da licenciatura em Pedagogia. Seguiu-se uma missão na Colômbia e uma incursão na costa das Caraíbas, para um contacto com o povo afrodescendente que vive numa região de fronteira em situação de marginalização. aí, ficou contagiada com a alegria dos jovens, com a sua extraordinária capacidade de enfrentar situações adversas, desejo de melhorar as perspetivas de futuro e esperança numa mudança do rumo dos seus destinos. E foi com este espírito que partiu para uma nova missão, desta vez na Guiné-Bissau, onde irá reforçar a equipa de missionárias da Consolata que ali trabalham há mais de 20 anos. Pouco conhece do país, e muito menos da instabilidade política e social que o flagela. Mas encara isso como uma vantagem, pois na mão leva apenas um bilhete de ida – como todo o bom missionário – e na bagagem transporta uma vontade imensa de falar pouco e escutar muito, para melhor acolher e evangelizar. Não acredito nos grandes acontecimentos. Geralmente, a esperança e a novidade surgem a partir do povo, das pessoas simples, das que não ficam à espera de ocasiões especiais mas se envolvem no dia a dia. acredito na formação. Formação que por vezes se chama alfabetização, outras promoção humana, outras educação, e outras ainda preparação de líderes. Uma formação que permita aos guineenses e às guineenses uma maior possibilidade de escolha nas decisões pela construção do seu próprio futuro, destaca a religiosa.