O Santuário Diocesano de Inhambane, Moçambique, recebeu a primeira peregrinação anual da diocese, num dia dedicado à memória dos 24 catequistas mártires, assassinados em 1992
O Santuário Diocesano de Inhambane, Moçambique, recebeu a primeira peregrinação anual da diocese, num dia dedicado à memória dos 24 catequistas mártires, assassinados em 1992 Dedicado a Maria, Rainha dos Mártires, o Santuário Diocesano de Inhambane, em Moçambique, foi fundado a 5 de agosto de 2012, em plena celebração do Jubileu Diocesano, por decreto do bispo adriano Langa. Em memória dos 24 catequistas mártires, assassinados em 1992 no Centro Catequético do Guiúa, o dia 22 de março foi instituído como dia de peregrinação anual da diocese ao novo templo. Este ano, pela primeira vez, a missão de Santa Isabel do Guiúa e o seu centro catequético acolheram os cerca de mil peregrinos de toda a diocese e alguns vindos de fora. após concentração na igreja paroquial do Guiúa, organizaram-se duas vias-sacras. Uma em direção ao lugar do martírio, onde há 22 anos foram assassinados os catequistas e suas famílias; outra em direção ao Cemitério dos Mártires. Uma verdadeira multidão não hesitou em percorrer a pé, por um caminho íngreme e irregular, juntamente com o seu bispo, os cerca de quatro quilómetros que distam do Guiúa até ao local onde ocorreu o massacre. aí chegados, todos se reuniram em torno das cruzes onde constam os nomes das vítimas e que, no meio do nada, assinalam um campo de morte para sempre tingido com o sangue do martírio. Houve um tempo de silêncio e oração e também de invocação dos mártires, exemplos de coragem por terem abraçado um caminho de paz em tempo de guerra. Depois do regresso ao Guiúa todos convergiram no Cemitério dos Mártires para mais um momento de oração. Já noite dentro, houve uma concentração de todos os peregrinos com dois momentos de reflexão. O primeiro, sobre a padroeira do Santuário, e o segundo, sobre o peregrinar e o ser peregrino, a que se seguiu a adoração eucarística durante toda a noite. No domingo, 23 de março, mais peregrinos acorreram ao Guiúa. Cerca de duas mil e quinhentas pessoas participaram na celebração eucarística, presidida pelo bispo de Inhambane e concelebrada por mais de duas dezenas de padres da diocese. Na homília, adriano Langa anunciou para breve a abertura do processo da causa de beatificação dos mártires. após a celebração, houve deposição de flores no cemitério. assim se cumpriu a primeira peregrinação diocesana, com os olhos postos no testemunho dos catequistas assassinados em 1992. Volvidos 22 anos, o Centro Catequético do Guiúa prossegue a formação anual de famílias. a dor e a morte de então é hoje semente de paz.