apesar da recente suspensão da violência em larga escala, que ocorreu na dividida República Centro-africana em dezembro e janeiro, ainda há pessoas mortas todos os dias, advertiu a responsável das Nações Unidas pelos direitos humanos
apesar da recente suspensão da violência em larga escala, que ocorreu na dividida República Centro-africana em dezembro e janeiro, ainda há pessoas mortas todos os dias, advertiu a responsável das Nações Unidas pelos direitos humanos Navi Pillay lamentou a terrível situação humanitária que a República Centro-africana enfrenta e convidou a comunidade internacional a intensificar dramaticamente os esforços vitais de ajuda. O ódio intercomunal permanece num nível aterrorizador, como demonstram a natureza extraordinariamente cruel dos assassínios, apontou a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, numa nota à comunicação social durante uma visita à capital, Bangui. Isto faz com que seja um país onde as pessoas não são apenas mortas, são torturadas, mutiladas, queimadas e desmembradas – por vezes por multidões espontâneas, outras por grupos organizados de combatentes armados. Há crianças que foram decapitadas e sabemos de, pelo menos quatro casos, em que os assassinos comeram a carne das suas vítimas. Milhares de pessoas foram mortas, numa estimativa pouco concreta, e há 2,2 milhões de centro-africanos, o que representa metade da população, que necessitam de ajuda humanitária. Em dezembro de 2012, rebeldes da Séléka (de predomínio muçulmano) lançaram ataques e mergulharam o país na guerra, que assumiu conotações cada vez mais sectárias depois de milícias conhecidas por anti-Balaka (de maioria cristã) terem pegado em armas.