a Quaresma é «tempo providencial para mudar de rumo» e recuperar a capacidade de reagir perante a «realidade do mal», afirmou o Papa Francisco esta manhã no Vaticano

a Quaresma é «tempo providencial para mudar de rumo» e recuperar a capacidade de reagir perante a «realidade do mal», afirmou o Papa Francisco esta manhã no Vaticano

Na sua catequese desta primeira quarta-feira de março, na Praça de São Pedro, o Papa recordou que hoje é Quarta-feira de Cinzas, com a qual se inicia um período de 40 dias (Quaresma) que conduzirá os fiéis até ao Tríduo Pascal, memória da paixão, morte e ressurreição do Senhor, coração do mistério da nossa salvação. a Quaresma, disse o Papa, é um tempo forte, um ponto de reviravolta que pode favorecer em cada um a mudança, a conversão, para sair dos costumes cansados: No tempo quaresmal a Igreja faz-nos dois importantes convites: ter uma consciência mais viva da obra redentora de Cristo e viver com mais compromisso o próprio Batismo. Viver profundamente o Batismo – disse o Papa – significa não nos acostumarmos às situações de degradação e de miséria que encontramos caminhando pelas ruas das nossas cidades e dos nossos países. Porque, continuou o Santo Padre, há o risco de aceitarmos passivamente certos comportamentos e de não nos surpreendermos diante das tristes realidades que nos circundam. acostumamo-nos à violência, como se fosse uma notícia cotidiana normal; acostumamo-nos a irmãos e irmãs que dormem pelas ruas, que não têm um teto para se abrigar. Mais: acostumamo-nos aos refugiados em busca de liberdade e dignidade, que não são acolhidos como deveriam ser. acostumamo-nos a viver numa sociedade que pretende deixar Deus de lado, na qual os pais já não ensinam os filhos a rezar nem a fazer o sinal da cruz. Este vício de comportamentos não cristãos e de comodidades anestesia o nosso coração. Dirigindo-se aos pais e avós, Francisco perguntou aos presentes se ensinam os seus filhos e netos a rezar e a fazer o Sinal da Cruz. Se ensinam as suas crianças a dirigirem-se a Deus com a oração do Pai-Nosso e a Nossa Senhora com a oração da ave-Maria. Pediu que cada um responda no silêncio do seu coração, e acrescentou logo depois que a Quaresma deve ser vivida como tempo de conversão, de renovação pessoal e comunitária através da aproximação a Deus e ao próximo. Na conclusão da audiência, o Papa invocou a proteção e a ajuda de Nossa Senhora neste caminho de Quaresma, a fim de que os fiéis possam chegar, purificados e renovados no espírito, ao grande mistério da Páscoa de seu Filho, e saudou, com palavras dirigidas aos fiéis de língua portuguesa presentes, o grupo proveniente de Ribeirão e Guimarães e os professores e das escolas de Lourinhã e Viana do Castelo.