Uma imigrante etíope, de 18 anos, foi condenada a um mês de prisão pelas autoridades judiciais do Sudão, após ter sido abusada sexualmente por sete homens. O tribunal considerou que tinha cometido «atos indecentes»
Uma imigrante etíope, de 18 anos, foi condenada a um mês de prisão pelas autoridades judiciais do Sudão, após ter sido abusada sexualmente por sete homens. O tribunal considerou que tinha cometido «atos indecentes» a amnistia Internacional (aI) denunciou esta quarta-feira, 26 de fevereiro, o caso de uma imigrante etíope, de 18 anos, que foi violada por sete homens na capital do Sudão, Cartum, onde se encontrava à procura de alojamento, e que acabou condenada por cometer atos indecentes. apesar de ter sido amparada por um agente da polícia após os abusos e levada à esquadra, a jovem não pôde apresentar queixa porque era um dia festivo. ao contrário, as autoridades tentaram acusá-la de adultério, um delito que poderia ser castigado com a pena de apedrejamento. No entanto, o tribunal acabou por retirar a acusação depois de reconhecer que a rapariga estava divorciada, mas declarou-a culpada da prática de atos indecentes, condenando-a a um mês de prisão, com pena suspensa, desde que pagasse uma multa de 5. 000 libras sudanesas (cerca de 640 euros). E manteve a recusa em aceitar a denúncia por violação. Segundo a aI, declarar culpados os sobreviventes de agressões sexuais é uma forma de dissuadir as vítimas para não falarem disso nem procurarem ajuda, e de fomentar a cultura de impunidade entre os agressores. Nesse sentido, a organização lançou um apelo aos governos de todo o mundo para que protejam os direitos humanos e a segurança das pessoas que vivem dentro das suas fronteiras e penalizem aqueles que violem estes direitos.