autoridades espanholas são acusadas do «uso excessivo da força» contra estrangeiros que tentam entrar no país, a partir de Marrocos. Muitos dos migrantes são entregues aos guardas fronteiriços marroquinos
autoridades espanholas são acusadas do «uso excessivo da força» contra estrangeiros que tentam entrar no país, a partir de Marrocos. Muitos dos migrantes são entregues aos guardas fronteiriços marroquinos

Um estudo realizado pela organização não governamental Human Right Watch concluiu que a guarda civil espanhola tem executado expulsões sumárias de estrangeiros que têm tentado entrar no país através de Marrocos, recorrendo ao uso excessivo da força. Os ativistas acusam ainda as autoridades de violarem as normas europeias que proíbem os países de forçar as pessoas a regressar a territórios onde estejam expostas a tratamentos desumano ou degradantes. O governo espanhol devia por fim ao retorno sumário a Marrocos dos migrantes que entram em Melilla. a legislação espanhola exige que as forças de segurança cumpram os procedimentos de deportação ao expulsar os migrantes que chegam a Espanha de forma ilegal, pode ler-se no documento, intitulado Expulsos e abusados. Entre os vários testemunhos recolhidos encontra-se o drama de Frank D. , de 17 anos, que partiu dos Camarões após os pais terem falecido, na tentativa de encontrar um modo de ganhar a vida. Fez uma viagem de seis meses, atravessou o Níger e a argélia, até chegar a Marrocos. Tentou entrar no perímetro de Melilla mas feriu-se no arame farpado e foi detido pelas autoridades policiais. Nas declarações prestadas aos defensores dos direitos humanos, disse ter sido agredido com bastões de madeira, ter estado hospitalizado dois dias devido aos ferimentos, e ter sido expulso na fronteira entre Marrocos e argélia, sem que tivesse direito a um advogado ou intérprete. Embora não existam dados oficiais sobre o número de migrantes que reside em Marrocos à espera de uma oportunidade para alcançar solo europeu, as estimativas apontam para cerca de 40 mil pessoas. Recentemente, o governo marroquino promoveu uma campanha extraordinária de regularização de migrantes ilegais que pode beneficiar entre 25 a 40 mil pessoas.