Orani Tempesta, recentemente nomeado cardeal pelo Papa Francisco, considera que as cadeias brasileiras «não reeducam» os reclusos e continuam a viver um período de crise, que se traduz em violência. Só no estado do Maranhão morreram 62 detidos
Orani Tempesta, recentemente nomeado cardeal pelo Papa Francisco, considera que as cadeias brasileiras «não reeducam» os reclusos e continuam a viver um período de crise, que se traduz em violência. Só no estado do Maranhão morreram 62 detidosO arcebispo do Rio de Janeiro, Orani Tempesta, esteve reunido esta semana com a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e manifestou-lhe a sua preocupação com a situação de crise e violência vivida nos estabelecimentos prisionais do país. Por mais que haja novos presídios, novas tentativas, ainda não conseguimos resolver como fazer para que as pessoas sejam reeducadas, tenham uma maneira nova de convivência, que possam voltar para a sociedade, lamentou o prelado, recentemente nomeado cardeal pelo Papa Francisco. O clima de tensão nas penitenciárias brasileiras tem estado no centro das atenções de várias organizações internacionais, depois dos confrontos registados o ano passado nas prisões do estado do Maranhão, onde se verificou um total de 62 mortos. Este ano, no complexo prisional de Pedrinhas, considerado o mais violento do país, já morreram três reclusos. Segundo um estudo revelado pela imprensa local e recuperado pela agência Fides, as prisões do Brasil têm capacidade para 306 mil detidos, mas no final de 2011 tinha mais de 514 mil. O ministro da Justiça anunciou entretanto a construção de novas cadeias, com a finalidade de criar 62 mil novos lugares antes do final deste ano, mas a medida não cobrirá o atual défice de 208 mil lugares.