a «extrema violência» em Bangui, na República Centro-africana, está a prejudicar a população civil e os profissionais de saúde que estão a trabalhar no país. Os Médicos Sem Fronteiras pedem o «fim imediato da violência»
a «extrema violência» em Bangui, na República Centro-africana, está a prejudicar a população civil e os profissionais de saúde que estão a trabalhar no país. Os Médicos Sem Fronteiras pedem o «fim imediato da violência»Mesmo com a presença de forças armadas internacionais em Bangui, na República Centro-africana (RCa), ocorrem diariamente ataques violentos e a situação na cidade parece estar fora de controlo, afirmam os Médicos Sem Fronteiras (MSF), em comunicado. Em consequência da violência têm chegado ao Hospital Comunitário mais pacientes com feridas graves nos últimos dias, disse Laurent Sury, coordenador de emergência dos MSF em Bangui. as pessoas estão a chegar com ferimentos de facas nas cabeças, mãos e braços – golpes que receberam enquanto se tentavam defender. Também vimos pessoas que foram esfaqueadas, algumas delas repetidas vezes, no abdómen, e pessoas que foram brutalmente torturadas ou espancadas. Na maioria dos casos, são homens jovens, acrescentou o responsável, em declarações aos serviços de comunicação da organização. Também as instalações de saúde foram afetadas pela violência, prejudicando assim a oferta de cuidados médicos. Segundo os MSF, um homem armado entrou no dispensário da organização humanitária no aeroporto de Bangui no dia 24 de dezembro, enquanto, no mesmo dia, outro homem armado com granadas entrou no Hospital Comunitário. No dia seguinte, houve troca de tiros e a presença de um grande número de homens armados nos arredores do Hospital Comunitário. Três desses homens entraram no edifício, e as equipas tiveram de evacuar o hospital temporariamente, explicam os membros da organização no mesmo documento. No último fim de semana, uma ambulância do Ministério da Saúde foi intercetada e os profissionais que seguiam no veículo, foram ameaçados, o que os impediu de resgatar os feridos. ainda no mesmo período, homens armados retornaram ao Hospital Comunitário com a intenção de linchar alguns pacientes, enquanto o pessoal do Ministério da Saúde foi ameaçado. apesar destes episódios terem sido contornados, a segurança dos pacientes tem sido repetidamente ameaçada, dizem os Médicos Sem Fronteiras. É totalmente inaceitável que instalações de saúde não estejam a ser respeitadas () a insegurança e os tiroteios em diferentes áreas, especialmente em torno do hospital, impedem que as pessoas se desloquem. Nós ficamos impedidos de chegar até as pessoas feridas e os pacientes que precisam de cuidados médicos também ficam impossibilitados de os ir buscar. Os feridos e doentes não têm acesso rápido e seguro aos cuidados médicos de que precisam, quando precisam, frisa a organização. Por isso, os Médicos Sem Fronteiras pedem a todas as partes do conflito, o fim imediato da violência contra todos os civis, pacientes e profissionais de saúde que trabalham nas instalações médicas em Bangui e no restante do país, permitindo assim que os doentes e feridos recebam os cuidados médicos de que precisam.