Experiência começa em 2014, na região metropolitana de Fortaleza, no Brasil. Membros da nova comunidade esperam tornar-se numa referência Política e social, através de um sistema de autossustentabilidade
Experiência começa em 2014, na região metropolitana de Fortaleza, no Brasil. Membros da nova comunidade esperam tornar-se numa referência Política e social, através de um sistema de autossustentabilidade É uma proposta de comunidade alternativa, autossustentável e sem comércio, que se prepara para nascer no início do próximo ano, na região metropolitana de Fortaleza, no estado do Ceará, no Brasil. Depois de várias experiências bem sucedidas, o grupo Crítica Radical pretende criar uma nova forma de vida, assente num modelo definido como pós-capitalista. O objetivo é garantir uma maior proximidade dos sem dinheiro com movimentos sindicais e sociais, através de uma comunidade sustentável, com plantações para o consumo próprio, a abolição do uso do dinheiro e a produção e consumos coletivos. Os membros desta nova sociedade não pretendem desligar-se do mundo, mas ambicionam tornar-se numa referência política e social, ao romperem com o atual sistema: a submissão da vida humana à lógica de consumo. Nós já vinhamos desenvolvendo uma discussão sobre a necessidade de romper com essa lógica. O acampamento do Cocó [movimento que reuniu dezenas de pessoas acampadas no Parque do Cocó, em Fortaleza, para impedir a construção de um viaduto], por exemplo, foi um elemento importante para que pudéssemos abrir esse processo. Ficamos lá 84 dias, convivendo com diferenças, baseados na partilha, não tinha ninguém interessado em dinheiro, era uma causa coletiva. Essa experiência foi o momento em que nos sentimos instigados a dar continuidade e iniciar uma experiência prática que realmente tenha como objetivo sair da lógica do dinheiro, explicou Rosa Fonseca, uma das líderes do movimento, à agência adital. Segundo a ativista, a ideia é adquirir um terreno e não comercializar o que for produzido na comunidade, mesmo que, inicialmente, sejam necessários recursos financeiros. O que temos de importante a nosso favor é um grau de sistematização muito grande de práticas milenares de cultivo da terra, de utilização das energias alternativas e que, com um conhecimento atualizado, podem facilitar esse processo de autossustentabilidade, aponta Rosa Fonseca.