após sete anos de espera, os cristãos de San Cristóbal de las Casas, no México, receberam autorização do Vaticano para que as celebrações religiosas sejam proferidas na sua própria língua
após sete anos de espera, os cristãos de San Cristóbal de las Casas, no México, receberam autorização do Vaticano para que as celebrações religiosas sejam proferidas na sua própria línguaDurante séculos, a Igreja Católica do Estado de Chiapas, no sul de México, apenas realizou a liturgia em latim ou espanhol. agora, depois de uma autorização dada pelo Papa Francisco, os indígenas que participam nas eucaristias podem finalmente ouvir a palavra do Evangelho nos seus idiomas: o tzotzil e o tzeltal. Quando os padres falam em espanhol não sei o que estão a dizer. Mas quando ouço as palavras na minha própria língua, entendo tudo e sinto como se o próprio Jesus Cristo estivesse a falar comigo, afirma Maria Teresa, 16 anos, uma das muitas pessoas de Chiapas que faz parte do povo maia que fala pouco o espanhol. apesar de o espanhol permanecer como a linguagem da Igreja no México, os catequistas e missionários católicos já tinham traduzido a Bíblia para tzotzil e tzeltal. a diocese de San Cristóbal – uma das mais antigas do país – andava há sete anos a pedir ao Vaticano que reconhecesse a liturgia nos idiomas maia, mas só em outubro o Papa deu sinal verde para que a celebração da missa semanal e alguns rituais, como a confissão e o batismo, possam ser feitos nas duas línguas indígenas. Segundo o bispo auxiliar de San Cristóbal, Enrique Díaz, o reconhecimento de Roma foi longo e complicado, mas compensador. Isto é a aceitação não só de uma simples tradução, mas de um estudo meticuloso que captura o sentido das palavras da liturgia e da Bíblia, adianta o prelado, em declarações à BBC.