a crise centro-africana, onde milhares de pessoas foram mortas e 750 mil outras pessoas expulsas das suas casas, corre o risco de se deteriorar ainda mais com crescentes confrontos entre muçulmanos e cristãos e a participação de elementos estranhos
a crise centro-africana, onde milhares de pessoas foram mortas e 750 mil outras pessoas expulsas das suas casas, corre o risco de se deteriorar ainda mais com crescentes confrontos entre muçulmanos e cristãos e a participação de elementos estranhos Há relatos da presença de elementos estranhos, eventualmente milicianos e mercenários estrangeiros, nos confrontos cada vez mais intensos e crescentes entre as comunidades muçulmanas e cristãs na República Centro-africana, alertou sexta-feira, 20 de dezembro, uma responsável das Nações Unidas, pedindo esforços internacionais redobrados para ajudar a evitar o desastre. Estes desenvolvimentos são extremamente preocupantes e deve fazer soar as campainhas de alarme por todo o mundo, para esforços contínuos e urgentes, que evitem que [o país] mergulhe num desastre, reiterou a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, numa declaração em Genebra (Suíça), insistindo que a comunidade internacional deve ter como prioridade o desarmamento de todos as partes e a responsabilização dos autores de violações graves dos direitos humanos. Muitas vezes na História, temos visto a manipulação política das diferenças religiosas e étnicas resultarem em violações e danos terríveis a longo prazo, no tecido social de um país. Exorto os líderes a nível nacional e local na República Centro-africana a pararem de alimentar a violência com base na religião, acrescentou Navi Pillay, citando uma lista de abusos contra os direitos humanos, incluindo assassínios, violência sexual, prisões arbitrárias, ataques a hospitais, intimidação e destruição de propriedade. a República Centro-africana mergulhou no caos, desde que os rebeldes da aliança Séléka lançaram ataques há um ano, forçando o Presidente François Bozizé a fugir, já em março deste ano. Um governo de transição foi encarregue de restaurar a paz e abrir caminho a eleições democráticas, mas o cessar-fogo foi curto e os confrontos armados irromperam novamente, depois do movimento anti-Balaka, associado a comunidades cristãs, ter pegado em armas.