Milhares de jovens enfurecidos causaram distúrbios na cidade da Beira, em sinal de protesto contra os rumores de um suposto recrutamento compulsivo para o exército moçambicano
Milhares de jovens enfurecidos causaram distúrbios na cidade da Beira, em sinal de protesto contra os rumores de um suposto recrutamento compulsivo para o exército moçambicano O Ministério da Defesa de Moçambique já veio a público desmentir os rumores do eventual recrutamento compulsivo de jovens para o exército, mas isso não evitou que milhares de pessoas se juntassem num protesto, quarta-feira, 27 de novembro, na cidade da Beira, que culminou com duas pessoas mortas e 34 feridos. Os manifestantes levantaram barricadas e incendiaram pneus em algumas das principais ruas dos arredores da cidade, gritando palavras de ordem contra as alegadas intenções do governo, veiculadas pela comunicação social, de incorporar coercivamente os jovens no exército para fazer face à instabilidade militar que se vive no centro do país. Numa tentativa de acalmar os ânimos, o governo apressou-se a desmentir estas informações: Não constitui verdade que o Ministério da Defesa Nacional ou outras Forças de Defesa e Segurança estejam a fazer o recrutamento militar compulsivo para o cumprimento do serviço militar, trata-se de boato visando desacreditar o cumprimento deste dever sagrado para com a pátria pelo jovem, refere a nota governamental, citada pela agência Lusa. Moçambique vive a sua pior crise política e militar, desde a assinatura do acordo Geral de Paz em 1992, na sequência de divergências em torno da legislação eleitoral, entre o principal partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (RENaMO), e o governo.