Primeira exortação apostólica de Francisco centra-se no lado missionário da Igreja e propõe uma renovação das estruturas eclesiais, incluindo a «conversão» do próprio papado. O documento destaca o papel das paróquias, pela proximidade com os fiéis
Primeira exortação apostólica de Francisco centra-se no lado missionário da Igreja e propõe uma renovação das estruturas eclesiais, incluindo a «conversão» do próprio papado. O documento destaca o papel das paróquias, pela proximidade com os fiéis O Papa Francisco convida os cristãos a iniciarem uma nova etapa evangelizadora, caracterizada pela alegria, e defende uma renovação das estruturas da Igreja, com especial enfoque nas paróquias, que devem estar realmente em contacto com as famílias e com a vida do povo. Estes e outros desafios constam na primeira exortação apostólica do Sumo Pontífice – Evangelii Gaudium – que foi apresentada esta terça-feira, 26 de novembro, na Sala de Imprensa da Santa Sé. O documento surge na sequência da XIII assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em 2012, que incidiu sobre a nova evangelização para a transmissão da fé cristã.com base no que emergiu dessa reunião, o Papa escreveu um texto programático e exortativo, de modo muito pessoal, com linguagem e estilo muito próprios, e muito centrado na vertente missionária da Igreja. a exortação Evangelii Gaudium – ( a alegria do Evangelho, em português) está distribuída por cinco capítulos: a transformação missionária da Igreja; Na crise do compromisso comunitário; O anúncio do Evangelho; a dimensão social da evangelização e Evangelizadores com espírito. Segundo o presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Claudio Maria Celli, citado pela Rádio Vaticano, o que Francisco pede aos fiéis é coragem para encontrar novos sinais, novos símbolos e uma nova carne para a transmissão da Palavra. Em relação às comunidades eclesiais, o Sumo Pontífice pede para não caírem nas invejas e nos ciúmes. a quem queremos evangelizar com estes comportamentos?, interroga Francisco, recordando a necessidade de fazer crescer a responsabilidade dos leigos, mantidos à margem nas decisões por um excessivo clericalismo. É ainda reforçada a ideia de que a Igreja deve ampliar o espaço para uma presença feminina mais incisiva, em particular nos lugares onde são tomadas as decisões importantes. No que se refere aos desafios do mundo contemporâneo, o Papa classifica o atual sistema económico de injusto. Esta economia mata porque prevalece a lei do mais forte e a cultura do descartável. Vivemos uma nova tirania invisível, por vezes virtual de um mercado divinizado, onde reinam a especulação financeira, a corrupção ramificada e a evasão fiscal egoísta, alerta o Santo Padre.