a cidade portuária de Busan acolheu a décima edição do Conselho Mundial das Igrejas, com a participação da Igreja Católica. a edição anterior teve lugar em Porto alegre, no Brasil, em fevereiro de 2006
a cidade portuária de Busan acolheu a décima edição do Conselho Mundial das Igrejas, com a participação da Igreja Católica. a edição anterior teve lugar em Porto alegre, no Brasil, em fevereiro de 2006 O tema desta edição era Deus da Vida, conduz-nos à Justiça e à Paz. Estavam presentes cerca de 3500 delegados, oriundos de todos os cantos do mundo. Durante esta assembleia, os participantes apelaram a todos os cristãos que trabalhem ativamente para a promoção da dignidade humana e a construção de uma sociedade justa. Mais ainda: uma das primeiras decisões do comité central do Conselho Mundial das Igrejas (CMI) foi a eleição do seu novo responsável, a pastora anglicana agnes aboum, a primeira mulher e primeira africana em 65 anos de história a liderar o comité. a Igreja Católica estava representada por cerca de 60 pessoas, incluindo uma delegação do Vaticano, liderada pelo cardeal Kurt Koch, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade Cristã. O padre Diego Cazzolato, membro da Comissão para o Diálogo Ecuménico e Inter-religioso da Conferência Episcopal coreana, era um dos membros da delegação católica. Segundo ele, o temas tratados foram muito interessantes e abordaram uma série de problemáticas associadas ao tema da Justiça e Paz. Obviamente, a delegação católica estava presente na condição de observadora; o cardeal Koch apresentou a saudação do Papa Francisco e um dos momentos de oração foi orientado por membros da delegação católica. O programa consistia essencialmente na apresentação de temas, seguidos de encontros para estudo da Bíblia e por grupos de discussão, cuja formação era determinada por uma língua comum. Curiosamente, esta mega-assembleia foi muito contestada por membros de várias igrejas protestantes que não fazem parte deste conselho mundial, na sua maior parte pequenas igrejas e seitas que diariamente se manifestavam à entrada do complexo onde decorria o encontro. Muitos dos manifestantes chegavam inclusivamente a classificar esta reunião como uma obra do diabo. De acordo com o padre Diego, havia entre os católicos presentes uma mistura de sentimentos contraditórios: por um lado, salientavam o positivo que foi ver congregadas num mesmo local pessoas e entidades de todo o mundo – algo que era manifesto também visualmente por causa das multicolores vestimentas, características de cada Igreja ou contexto cultural – discutindo temas importantes, relacionados com a mensagem do Evangelho. Por outro lado, havia uma sensação de desilusão associada ao facto de que o tema do diálogo que tem vindo a ser feito entre a Igreja Católica e várias Igrejas ali representadas não ter sido mencionado.com efeito, cerca de 120 teólogos católicos e protestantes elaboraram um documento durante os últimos sete anos sobre uma visão comum da Igreja, mas este documento não foi apresentado na assembleia, permanecendo desconhecido. Mais ainda: para o padre Diego, diante de semelhante diversidade de visões, experiências e igrejas, a unidade dos cristãos parece cada vez mais inalcançável.