Mais de 150 soldados foram sentenciados a penas capitais por terem participado num motim em 2009. Há relatos que apontam para o facto de terem sido torturados. Os seus julgamentos em massa ficaram aquém das normas internacionais de direitos humanos
Mais de 150 soldados foram sentenciados a penas capitais por terem participado num motim em 2009. Há relatos que apontam para o facto de terem sido torturados. Os seus julgamentos em massa ficaram aquém das normas internacionais de direitos humanos a alta comissária das Nações Unidas para os direitos humanos expressou quarta-feira, 6 de novembro, o seu alarme pelas condenações à morte pronunciadas no Bangladesh a 152 soldados paramilitares pelo seu papel num motim de 2009, após relatos de que foram torturados. Os crimes cometidos durante o motim foram totalmente condenáveis e abomináveis – e as minhas simpatias estão com as famílias enlutadas -, mas a justiça não será obtida através da realização de julgamentos em massa de centenas de pessoas, torturando suspeitos sob custódia e condenando-os à morte, após julgamentos que falharam no atendimento das normas mais elementares devidas num processo legal, sublinhou Navi Pillay. a alta comissária Navi Pillay desafiou o governo a não avançar com a pena de morte, sobretudo tendo em conta as preocupações sobre a imparcialidade dos julgamentos. Os autores dos crimes devem ser responsabilizados em conformidade com as leis do Bangladesh e as obrigações internacionais do país, incluindo as que se referem aos padrões de um julgamento justo, tal como previsto no Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, que o Bangladesh ratificou em 2000, sublinhou. E concluiu, apontando falhas ao processo em tribunal: O julgamento destes 847 suspeitos foi repleto de irregularidades processuais, incluindo a falta de acesso adequado e oportuno aos advogados.