De visita à Coreia do Sul, o cardeal Fernando Filoni alertou para o perigo de uma fé demasiado acomodada, bem como dos perigos da secularização e de uma despersonalização da fé nas comunidades paroquiais.

De visita à Coreia do Sul, o cardeal Fernando Filoni alertou para o perigo de uma fé demasiado acomodada, bem como dos perigos da secularização e de uma despersonalização da fé nas comunidades paroquiais.
O prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos visitou recentemente a Coreia do Sul, no âmbito das celebrações do quinquagésimo aniversário da diocese de Suwon. Num encontro com os leigos, o cardeal Fernando Filoni alertou para o perigo de uma fé demasiado acomodada, bem como dos perigos da secularização e de uma despersonalização da fé nas comunidades paroquiais. Durante este encontro, que teve lugar a 5 de outubro, em Seul, Filoni exprimiu gratidão e admiração pelo crescimento considerável da Igreja Católica na Coreia. De facto, os números são impressionantes: em 1949, só 1,1 por cento dos coreanos era católico, com 81 sacerdotes. Depois do Concílio Vaticano II, a percentagem de católicos era de 2,5 por cento, mas atualmente ela atingiu os 10,3 por cento, com bispos todos nativos, cerca de 4. 600 sacerdotes e 1. 5000 seminaristas. Porém, o cardeal alertou para o perigo do materialismo e do secularismo. Durante o seu discurso, afirmou que se falharmos na fidelidade ao Evangelho e no testemunho ativo da fé, tanto a nível pessoal como social, a Igreja perderá a sua capacidade de proclamação e testemunho, tornando-se inimiga de si própria e prejudicando a humanidade. a tentação de viver uma fé acomodada implica que estamos contentes com os resultados obtidos, perdendo lentamente o zelo missionário e pastoral. Um outro perigo neste país voltado para as altas tecnologias é representado pela tendência em desumanizar as relações pessoais, dando prioridade à burocracia e eficiência exacerbadas, como se a Igreja fosse uma organização com fins lucrativos ou uma organização não governamental santa, sublinhou Fioni, fazendo referência às recentes afirmações do Papa. Um terceiro perigo é representado pela demasiada influência que o Confucionismo exerce ainda na Igreja Católica. De facto, mais do que aprofundar e atualizar os valores da fraternidade e comunhão eclesial, os valores que ainda predominam no seio da Igreja coreana são de carácter confuciano, tais como o estatuto, a idade e o posto eclesial.