a Câmara Municipal de Seul lançou vários projetos de apoio aos sem-abrigo, oferecendo-lhes a oportunidade de recuperarem a autoestima e um estilo de vida mais digno. Há também uma parceria com os caminhos de ferro para a promoção do emprego
a Câmara Municipal de Seul lançou vários projetos de apoio aos sem-abrigo, oferecendo-lhes a oportunidade de recuperarem a autoestima e um estilo de vida mais digno. Há também uma parceria com os caminhos de ferro para a promoção do empregoO senhor Won tem 59 anos e tira mais de 100 cafés por dia numa pequena cafetaria em Yongdeunpo, na zona sudoeste de Seul. Pare ele, esta cafetaria não é somente um local de trabalho, mas acima de tudo representa o ponto de viragem da sua vida, após anos passados na rua. O seu colega de trabalho é também um ex-sem-abrigo: juntos aceitaram o convite da Câmara Municipal, proprietária da cafetaria, de frequentar um curso sobre a arte de fazer café durante três meses, com o respetivo diploma, de modo a poderem fazê-la funcionar. a cafetaria abriu no passado mês de julho e atrai diariamente cerca de 200 clientes. No início, estes dois amigos tinham receio de que as pessoas não frequentassem o local por causa do passado de ambos. Porém, a capacidade de comunicação e interação de ambos é, segundo Choi Yong-sun, funcionário da Segurança Social, o maior trunfo deles, e o que tem contribuído para o aumento da autoestima de cada um. Won, que chegou a pensar no suicídio após ter declarado falência, diz ter muita esperança em relação ao futuro. De facto, espera poder obter outros certificados e tornar-se um melhor profissional. Mas é em relação à família que as esperanças são mais intensas: espera poder reencontrá-la em breve, pois não vê os seus descendentes desde que saiu de casa após a falência da sua empresa. a Câmara Municipal tem programada a abertura de uma segunda cafetaria para o próximo ano. Enquanto isso, vai animando outros pequenos projetos de apoio aos sem-abrigo. Um deles é feito em parceria com a empresa de caminhos de ferro: são oferecidos contratos de seis meses a quem está disposto a trabalhar em estacões de comboios e metro, limpando ou tratando de bagagem. Durante este período, a autarquia assegura um salário e um local de residência: a quem se empenhe no trabalho é oferecido um contrato fixo. a terceira fase deste projeto está já em andamento. Outros cursos de formação incluem hotelaria e fotografia. Estes projetos têm como objetivo ajudar os sem-abrigo a ajudarem-se a si próprios. Nem todos conseguem adaptar-se a um ritmo de horários e empenhos regulares, mas os que conseguem podem servir de exemplo a outros. Num país com elevadas taxas de doenças psicológicas (onde predominam a depressão e bipolaridade) e de suicídio, é positivo ver que são tomadas medidas destinadas a ajudar pessoas em risco.